31 de julho de 2010

Preview de Relatório de Campanha: Scion (Universitários Lendários)

Tá bom, eu falei que ia ficar um tempo afastado do blog. Ainda preciso cuidar dessa formatação antes que meu laptop exploda na minha cara. Mas, enquanto isso, e já aproveitando pra deixar ar de melancolia e saudade antecipada pra mais tarde, resolvi passar por aqui e dizer que o grupo de quadrinhos que mencionei em alguns lugares também tem forte vocação RPGística. Mesmo contra protestos por não mestrar nada do WoD (que, como antigos frequentadores do blog já sabem, não gosto, e do que gosto nele, estou saturado). Ainda assim, o povo pareceu demonstrar um interesse por Scion, pela proximidade com o sistema Storyteller habitual e por sua idéia principal.

Bom, ainda é muito cedo pra fazer reporte de campanha (já que não jogamos ainda), mas, gostaria de compartilhar a experiência que foi ter que criar um cenário bem frouxo (já que o povo ainda vai montar fichas) e a brainstorm que até agora tem sido o grupo de NPC's.

Pra começar, acho que devo dizer que me senti bastante inseguro. "Tá, vamos jogar Scion então." Mas... Eu não tinha escrito como de costume, e nem fazia a mais frouxa idéia de um plot pra uma aventura. Na volta de ônibus pra casa é que eu tive a idéia de ambientar o jogo numa Universidade. Sim, todo o grupo é estudante da UFJF, então imagino que eles vão gostar. Também é possível que algum deles dê um perdido por aqui e possa ler, então vou ver se não faço nenhum spoiler. A princípio, gostaria que os jogadores já tivessem sido Visitados, pois acho isso "pessoal" demais pra cada personagem e seria um porre fazer uma narração legal pra cada personagem. Sem falar que seria pouco prático também. A princípio, os jogadores montam personagens que estudam em certa Universidade (me sinto grandemente tentado a dizer que é a UFJF, mas não vou forçar tanto a barra assim), e lá pelas tantas se tornam amigos. Daí pra montar um bando de Heréus e sair por aí detonando as crias de Titãs, pouco falta. XD

Com o cenário mais ou menos definido, foi uma reação quase natural pensar no primeiro NPC da aventura. Com vocês, o (mala sem alça do) Leandro Ukida:


Leandro Ukida, Heréu Heróico de Raiden (NPC)
O pai de Leandro era um empresário ocupado, sempre viajando entre diversos países, a serviço do conglomerado de computadores japonês para o qual trabalhava. Pelo menos foi isso que Leandro sempre ouviu quando pequeno. Ele e sua mãe se mudavam bastante e todo esse vai e vem o deixou sem muitos amigos duradouros, mas, o tempo que passava "sozinho", Leandro compensava fazendo amigos... Menos ortodoxos.

Sem saber o quanto isso era herança de seu pai, Leandro manifestava um talento ímpar com computadores, eletrônicos e linguagens de programação das mais diversas. Era bastante natural para ele ser um pouco anti-social, distraído e alheio às coisas que normalmente interessavam os garotos de sua idade mais abertos. Ele gostava de videogames, animes e qualquer outra coisa que o fizesse lembrar de um incerto passado distante, em que seus ancestrais orientais o acolhiam em braços saudosos. Ele aprendeu várias coisas pela Internet, inclusive o idioma Japonês, e a ser um hacker de talento considerável, embora não goste de usar esse conhecimento. Em seu 17º aniversário, porém, Leandro recebeu um presente de seu pai. Pelo correio, óbvio, porque ele não pôde vir pessoalmente. Atarefado com os negócios, como sempre. Os presentes, na verdade, eram dois. Um laptop de tecnologia bastante avançada e uma estranha pulseira feita de pedras negras polidas. Como pingente, a pulseira tinha a miniatura de um toori, um portal de templos xintoístas. Leandro ainda não teve tempo de usar seus presentes com muita calma. Ele sabe que o laptop possui desempenho bem avançado, mesmo comparando com lançamentos previstos para os próximos anos. Mas ele não estranhou. Tecnologia japonesa, afinal. A pulseira está em sua mão direita com um pouco de relutância. É bonita, mas atrapalha a digitar e pesa um pouco no braço. A carta que os acompanhava dizia "Sempre que usá-los, lembre-se de onde veio.". Leandro não entedeu direito. Ele nem era japonês afinal de contas.

De resto, Leandro Ukida é um sujeito bastante expansivo, propenso a gestos cômicos e às vezes vergonhosos, ele não conhece ninguém na cidade em que chegou para cursar a Universidade. Ele possui um riso estrondoso e forte afeição por qualquer coisa japonesa. Seu senso de humor é beira o extremamente ingênuo e abobado, embora ele consiga recitar dados de informação que muitos especialistas dessas áreas costumam consultar livros para se lembrarem. Ele às vezes se pergunta como consegue se lembrar de coisas que ouviu por poucos segundos enquanto outras ele esquece mais facilmente. Ele considera isso uma leve desatenção de sua parte, mas não faz esforço algum para mudar isso. Ele diz que simplesmente direciona sua atenção àquilo que o interessa mais. E por vezes até se gaba pela capacidade incrível de acumular conhecimento normalmente inútil. Ukida, como é chamado pelos "amigos" que possui, resumidamente, é o tipo de pessoa com o qual não se deseja contato integral em sã consciência. Ele faz piadas sem graça, e por vezes muda o assunto da conversa sem conexão lógica aparente. Mas sempre mantém o sorriso de orelha a orelha, mesmo quando a situação é vergonhosa (na verdade, PRINCIPALMENTE quando a situação é vergonhosa).

Leandro possui um porte físico baixo e franzino. Seus óculos estão sempre no rosto, diante de seus olhos normalmente espremidos pelas suas expressões. Seu cabelo é bem curto, estilo "escovinha", mas raspado à máquina zero nas têmporas. Ele normalmente sai com uma mochila, onde carrega suas quinquilharias (livros, mangás, laptop, dados de RPG, etc.), calça jeans, tênis surrado, por vezes uma jaqueta, mas quase sempre está com camisas com dizeres mais "nerds" como: "Kiss the Geek" ou "May the Force Be With You". Não raramente, ele também cumprimenta as pessoas com a saudação vulcana.

________
Deveria haver aqui um desenho do Leandro, mas graças a um erro crasso na anatomia, ele não será scanneado até segunda ordem. Também colocaria a ficha dele, mas quero fazê-la junto com os jogadores, para medir o tempo de construção de personagem em Scion.

 PS.: Na falta de uma ilustração do Leandro propriamente dito, aqui vai o desenho que imaginei pra camisa dele. Não sei se ficou muito confuso, ou se realmente dá pra ler "Kiss the Geek" ali com facilidade, mas, não querendo ser tendencioso... Eu usaria uma camisa assim!




PS2: Após um tempo de insônia, consegui fazer algo que se PARECE com o que eu queria que o Leandro parecesse. Tá, a figura de base é o Hiro Nakamuya (não o Nakamura, controlador temporal de certo seriado da TV), um dos Homem-Brinquedo da DC Comics. Deu um certo trabalho tirar as linhas de scan e combinar o óculos com a figura (o óculos é uma foto, e não consegui muito bem fazê-lo ficar com cara de desenho). Também ignorem a neve no cenário. Ah, sim. O cabelo também está pouca coisa diferente do que eu queria. Mas acho que aí também já seria pedir demais pro google.

4 comentários :

  1. Muito interessante. Pena que não conheço esse RPG, mas o histórico do personagem está impecável, mesmo sem desenho é possível visualizá-lo.

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  2. Bom, Clérigo, conheço um cara que traduziu o livro e deixou num blog por aí... XD

    Scion é um RPG que recomendo, seja para jogar ou não. Embora muito provavelmente após ler algumas coisas, a primeira coisa que surge é uma vontade imensa de colocar isso na prática!

    Ah, sim. Antes que pensem errado de mim, não custa avisar. Odeio Química. XD

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  3. Clérigo, andei pensando no q vc falou e acho q descobri o pq dessa "evidência visual" do Leandro. Algo que normalmente não é definido ou até mesmo sugerido na descrição de personagens em vários RPGs é "O Que Ele Veste". Se em character design, a roupa é 80% do personagem, em RPG talvez seja algo bem próximo dessa porcentagem. Afinal de contas, sempre se presume que o cara cheio de cicatrizes, mau encarado no canto da taverna seja um guerreiro bruto; e o rico empresário aparenta muito mais este seu lado quando está alinhado num terno chique feito sob encomenda.

    Roupas na nossa sociedade atual são um meio mais sutil e rápido de dizermos às pessoas à nossa volta quem/o que nós somos (principalmente no caso dos trabalhadores uniformizados, como médicos, bombeiros, policiais ou garis). Verdade seja dita, esta é uma impressão inicial, superficial e muito sujeita à falha, mas nem por isso menos expressiva. Quem faz moda que diga o quanto uma roupa diz sobre alguém!

    Ah, sim. Se tratando de RPGs cotidianos, recomendo não exatificar demais a roupa de personagens. Dá a impressão que eles usam uniformes, como os Flintsones. Definir estilos de roupa, acessórios, coisas que seu personagem sempre tem à mão ou nos bolsos. Que tipo de música ele carrega no MP3? Ou talvez ele seja um adverso à tecnologia moderna e use um walkman... Ele é um rockeiro gótico? Um aficcionado em HQs americanas? Um colecionador de armas antigas? "Estilo" de personagem realmente ajuda bastante para defini-lo como algo muito mais interessante e verossímil.

    Cara, isso daria um ótimo post. XD

    Ah, sim. Quem traduziu o "Livro Um" do livro básico de Scion (o "Hero"), fui eu, e está pra download aqui no blog. Ele contém alguns erros que vivo encontrando, e por preguiça, não atualizando. Mesmo assim, creio que não seja do tipo que impeça seu pleno entendimento e desfrute. A parte 2 seria destinada ao Narrador, com regras pra Destino Selado e informações sobre os Antagonistas (correlatos aos "Monstros" de D&D).

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  4. Acho que você está certo sobre esse comentário sobre roupas. Como vi que você já postou algo sobre isso, vou comentar melhor lá.

    Quanto à tradução de Scion, eu já tinha sacado quem era o tradutor e já baixei, rsrsrs. Ainda não pude dar uma olhada, mas logo o farei.

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