19 de outubro de 2010

RPG, Tese, Samurais, Arte e Crânios Flamejantes Voadores

Saudações gerais.

Primeiramente, gostaria de dizer que finalmente o processo agonizante de criação de tese (na verdade, ainda estou no pré-projeto) de conclusão de curso finalmente teve início. Isso até deveria ser comemorado, se não parecesse cada vez mais com uma lobotomia.

Enquanto isso, gostaria de dizer que fico feliz pela recepção que L5R tem tido neste blog. De longe é um dos meus RPG's prediletos, e até hoje é o que considero mais "sabedor" a respeito. Ainda assim, gostaria de passar esses tempos não falando tanto assim nele. A seção Gempukku tem feito sucesso, e sempre aparece gente para conversar a respeito da nova 4ª edição do RPG. Novamente, isso me deixa muito feliz, mas, gostaria de por enquanto, achar outros assuntos fora de Rokugan. Quando criei este blog, nunca houve a pretensão ou intenção de fazê-lo um blog de L5R, mas, verdade seja dita, também não pensado em muitas outras coisas sobre as quais escrever.



Ah, sim! Tem esse pré-projeto que já começou a me sugar... Bom, em princípio, eu fiquei dividido entre três temas, que seriam "A Arte Marcial como Linguagem Artística", "Arte Sequencial e Novas Tecnologias" e "Processos Cognitivos no Imagético dos Jogos de Interpretação". Acabou que me decidi até o momento por este último. Pretendo me orientar pelos preceitos jungianos sobre o imagético subconsciente e relacioná-los ao processo de criação, significação, decifração, interpretação e consumo dos jogos de RPG. E que Deus me ajude nessa empreitada! Imagino sinceramente que o próprio Salomão ficaria meio intimidado com o volume de informação que isso pode abranjer.

Ou seja, se de repente esse blog passar alguns meses sem ser atualizado, vocês já estão avisados. O trabalho de ler uma cacetada de livros e usá-los de maneira coesa e consciente na tese está me zumbificando. Com sorte, talvez eu volte a atualizá-lo depois de terminar tudo. Talvez como um zumbi. XD

Capa do cartucho de Kenseiden. Reparem na
caveira flamejante à esquerda. Ela será um
inimigo bem recorrente no jogo.
Enquanto isso, e ainda falando um pouco RPGs de samurais, esses dias me dediquei a ressuscitar uma antiga paixão da minha infância, retirada direto do recanto dos fósseis do Master System: Kenseiden. Sim, é um jogo de 8 bits bidimensional "achatadão" de plataforma em que você controla um samurai que resolve sair por aí espedaçando demônios a torto e a direito pelas províncias do Japão Feudal Místico com sua katana. Um dos destaques de Kenseiden, porém, é que o jogo é bem mais difícil do que parece, e a mecânica dos chefes são super interessantes também. A princípio, todos eles são demônios ("warlocks", em Inglês) que roubaram os tesouros samurais do Japão, a mando do maligno Rei Negro, que dizem as más línguas se tratar de ninguém mais ninguém menos que Nobunaga Oda, que mora no Castelo Negro (típico, não?). Cada um dos chefes guarda um manuscrito que ensina a Hayato (seu personagem) uma técnica nova, como pular mais alto, golpes diferentes com a espada, etc. tornando-o cada vez mais poderoso. Também há fases de treinamento, em que você precisa bloquear de flechas, desviar-se de lanças e pular nas plataformas certas até o final da trilha ou começar tudo de novo. Como recompensa, você recebe uma barra de HP maior ou uma defesa mais eficiente. Como manda o gênero, Kenseiden também usa os habituais "buracos de fim do mundo". Tá, é um Japão místico, mas sempre me impressiona a quantidade de "buraco negro" por quilômetro quadrado nesses jogos. Seu personagem simplesmente é DESINTEGRADO ao cair neles, não importa quão poderoso ele seja/esteja. E o povo reclamava desses buracos no AD&D...

Uma curiosidade que só descobri agora: Originalmente, no jogo japonês, sei lá porque, Hayato era loiro. Ele só ganha cabelos negros nas versões européia/americana do cartucho.

Bom, se você quer testar suas habilidades como um samurai 2D, recomendo Kenseiden fortemente. Se por nenhum outro motivo, porque a trilha sonora do jogo é MUITO legal. Eletrizante e temática ao Japão mítico ao mesmo tempo. Ou porque no meio de tanto monstro legal, pode ser que de repente você tenha idéia para um Oni para usar em L5R, de repente. Agora, se você quer realmente testar suas habilidades como espadachim 3D, recomendo então o Bushido Blade 2, de PX1 (vocês que têm conexão banda larga que baixem a iso dele em algum lugar). Pelo menos enquanto não fizerem nenhum Wii Kenjutsu, creio que seja isso mesmo.

13 comentários :

  1. Acho impressionante como as capas de jogos antigos eram TOTALMENTE diferentes dos jogos em si, você via na capa um cara bombadão com uma espada e de fundo uma princesa, abria o jogo e via um quadradinho com uma seta como espada!

    Bons tempos!


    ps: As capas da Sega master system eram as PIORES!!!!!!!!!

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  2. Não q seja bem esse o assunto do tópico, mas só pra constar as capas de Megaman 1 e 2 pros EUA eram verdadeiras agressões óticas. A começar pq nelas, o personagem central por um acaso era um policial motoqueiro encapacetado de roupa DOURADA lutando contra monstros do espaço... o.0

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  3. Ah, sim. Acabo de fechar minha rom de Kenseiden. XD

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  4. Acho que a única coisa que jogava era Super Mario e Bomberman.... E tinha as tartarugas ninjas tb, joguei aquela coisa tantas vezes... :p

    Quanto ao TCC, não se preocupe vai ser um inferno na terra... Quando o orientador começar a criticar seu trabalho, nem se fala... E na apresentação parece que o mundo ta pesando nas suas costas... Mas, depois tudo vale a pena.
    A sensação de saber que todo o esforço rendeu bons frutos é impagável... Pelo menos pra mim foi...
    De qualquer forma, boa sorte com isso.

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  5. Bom, quanto a Mono eu queria dizer que não existe pessoa melhor para escrever a respeito. E não to falando isso para massagear seu ego. Estou sendo apenas verdadeira. Você domina o assunto e escreve bem. Alguém duvida que vá conseguir o sucesso na sua proposta.

    Não vou negar que vai ser chatinho, quiçá infernal passar por ela, é muito burocrático, e coisa e talz, mas vale muito à pena. E quando finalmente saímos de frente da banca é uma sensação ótima de dever cumprido.

    Gostei do tema de seu TCC, ele parece sedutor e estou muito curiosa pra ver como será abordado, pois eu acho que já estava mais que na hora de termos algo de nível para defender os jogos de interpretação ( se existe mais alguma tese ou tcc a respeito que me perdoem, mas é realmente difícil de achar)

    Agora uns conselhos práticos que me deram quando eu estava nessa roda infernal de monografias ( perai, eu ainda estou T__T, mas a minha não vem ao caso)
    1°_ O Tcc é algo menor em numero de paginas, portanto mesmo querendo nem tudo que você quer abordar vai caber ali. Mesmo porque a banca meio que olha com desconfiança para aqueles que fogem muito do padrão. Seja sucinto.
    2°_ O Tcc não é uma tese de mestrado, portanto não vá tão a fundo nas questões. Não queime toda a sua munição de uma vez, guarde um pouco para depois, no caso de querer manter a mesma linha de pesquisa em futuros trabalhos acadêmicos,
    3°_ Uma das coisas mais importantes: NÃO SEJA PERFECCIONISTA! Não to dizendo para fazer tudo nas coxa, ao contrario, estou dizendo apenas para não ficar malhando em ferro frio, por um detalhe que você pode considerar de suma importância que na edição final pode ser suprimido.
    4°_ Foi você que estudou para escrever a respeito, então não fique nervoso quando for defender sua Monografia, a banca ta lá pra isso, pra te deixar nervoso e te fazer errar, mas como eu já disse. É um assunto que você tem familiaridade, e domina. Exceto que ofenda a mãe de alguém, eu não vejo porque não se sair bem.

    Agora mudando um pouco de assunto antes que minha intervenção seja o oposto de útil,
    Vendo esse joguinho eu lembrei de outro o Tenshu, para PS. E lembrei do fiasco que fui ao jogar. Ah, ele me viu, ele me viu ( isso depois da ninja com a qual eu jogava NÃO ficar furtiva e eu correr ate o ponto de partida com um samurai na minha cola e jogando a manete para o lado no desespero) Tsc Tsc.
    Acho que de kenseiden eu talvez desse conta... Ênfase para o talvez. Sou ótima navegadora mas quando to com a manete na mão sou uma negação. Exceto em jogos de luta.
    Ah. Esses sim, sou boa!
    No mais, boa sorte com sua empreitada. XD
    Espero ter ajudado de alguma forma.

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  6. Foi mals ficou muito grande. maior do que eu esperava.

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  7. Boa sorte com o TCC Hayashi! É difícil mesmo, mas no final dá até vontade de chorar.

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  8. Desejo-te boa sorte também, sábio escriba.

    E espero que no final tuas lágrimas sejam de alegria e não de dor, ira, ódio...

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  9. Muito, mas muito obrigado mesmo a todo mundo pelo incentivo. A saber, fiquei um tempo fora por problemas com a mão esquerda, q aliás, tb tem prejudicado o pré-projeto. Imagino não ser nada grave, mas, de todo jeito, planejo ficar afastado do teclado do computador até o fim desta semana (o q talvez possa prejudicar a seção Gempukku e a aventura online).

    Entre os avisos gerais, gostaria de dizer que a tradução da aventura de L5R: Legado de Desastre se encontra atualizada, com "Parágona" no lugar da Vantagem "Bastião" e um ou outro erro que notei, corrigido. Imagino que ainda haja alguns, mas até o momento, foi o que consegui encontrar. Outro detalhe corrigido foi a ilustração na página 8. Sincero q ninguém notou q ela estava meio torta? Uns detalhes das páginas tb foram retificados, mas ainda não considero este pdf em 100%.

    O download se encontra no mesmo link.

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  10. Hayashi,

    Espero que não se importe, mas estou utilizando alguns dos contos que você traduziu de L5R. Meus jogadores agradecem!

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  11. As Fictions? Por mim, blz.

    Esses dias eu estava relembrando a tensão que foi trabalhar com as da Batalha da Tumba. Embora eu não concorde com o fim super prematuro da Dinastia Toturi, e o desperdício de personagem que foi o Naseru, foi uma série muito boa. Uma das melhores que já li, na minha opinião, embora siga de perto a Invasão Unicórnio à Capital.

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  12. Eu estou meio desatualizado, parei de ler no "Four Winds" e atualmente estou correndo atrás do prejuízo para mestrar em janeiro. Só descobri que Iweko I era a nova dinastia após pegar o quarta edição nas mãos.

    Vou procurar por ai se existe um conto sobre a nomeação celestial de Iweko e como acabou o The race of the throne, pois o livro é bem superficial sobre isso e meus jogadores me devorariam se eu não soubesse disso antes deles!

    ps: Parece loucura, mas quando se trata de L5R meus jogadores surtam! Eles que estipularam o prazo de dois meses para que se aprofundem na ambientação e em seus personagens, lendo tudo que puderem, para só depois criarem as fichas...

    Adoro meus jogadores!

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  13. Nobre Hayashi, boa sorte com teu TCC... acabo de denfender minha monografia, e entendo como esse processo é angustiante...

    Ainda estou para entender porque os nipônicos adoram protagonistas loiros.

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