6 de agosto de 2011

Jogos Geniais que Nunca Jogarei: Jovian Chronicles

Retomando um pouco a seção iniciada pelo Clérigo lá no blog dele que já anda parada há algum tempo (o que deve ser bom... Quer dizer que ele tem jogado todos os RPGs que gostaria), hoje venho falar de um RPG que imagino que poucos imaginem que pertença a um gênero que eu goste. A quem espetar os cabelos possa, sim, sou um grande fã de animações japonesas (o que nem por isso me faz sequer ter a mínima simpatia por um ninja louro vestido com um furtivo uniforme de gari), e também gosto bastante do gênero "mangá ópera espacial".

Alguns mais doutos nos termos que definem os gêneros dessas manifestações narrativas rapidamente associarão o termo "ópera espacial" a Star Wars, e também não estão muito longe. Não tenho certeza das influências históricas entre as obras, mas se não há influência entre as batalhas espaciais a velocidades absurdas de Star Wars e os rodopios frenéticos para esquivar de mísseis assassinos de Macross, há no mínimo uma similaridade. Sempre me lamentei também pelo RPG de Robotech ser bem... Inviável na prática. Cálculos demais, tabelas demais, e uma maldita rolagem de personagem que pode sim mandar toda aquela história maneira que você pensou para seu personagem piloto pro... Erh... Espaço. Irônico, não?



Mas foi numa dessas vaganças minhas pela RedeRPG que topei com uma resenha ressuscitada sobre um RPG fortemente inspirado nas obras japonesas de ficção científica espacial. Seu nome: o estranho Jovian Chronicles, publicado pela igualmente desconhecida Dreampod 9.

Ainda tenho lá minhas broncas com o sistema, que toda vez que tento ler me parece tão agradável quanto uma broca adentrando meu canal auditivo, mas, pelo menos uma coisa pode ser dita sobre JC: seu cenário é muito legal. Nele, a humanidade conseguiu com louvável êxito colonizar os planetas mais próximos à Terra (Mercúrio a Saturno, e sua lua Titã). O lado ruim é que quando isso foi possível, a situação na Terra desandou graças a uma série infeliz de desastres naturais, crises econômicas, guerras civis e desordem social geral no planeta. Resultado: o planeta-mãe acabou sendo isolado das suas colônias por quase cem anos. As colônias espaciais tiveram que se virar para conseguirem se sustentar, mas conseguiram. Pesquisas se desenvolveram nos mais diversos e inovadores ramos, como engenharia biológica, espacial e outras tecnologias de ponta. O séc. XXII passou, e finalmente a Terra conseguiu se reorganizar mais ou menos na figura do GACT (traduzido por mim como Governo e Administração Central da Terra. Seu nome original em Inglês é CEGA - Central Earth Government and Administration). E agora ela reinvindica sua antiga autoridade sobre suas antigas colônias, como bem cabe ao planeta berço da raça humana. E nem todas concordam com isso...

A Valiant. Uma nave de guerra... Imensa. Porque o
que é um anime Sci-Fi sem naves imensas?
Tudo bem, a situação era tensa, mas não foi até o Incidente Odisséia (Odissey Assay)que a chapa esquentou de verdade. Tudo começou quando um cientista terráqueo desenvolveu uma nova tecnologia que possibilitava um controle e eficiência muito maior para robôs humanóides ou exo-armaduras (basicamente, robozões pilotados para fins militares). Temendo o mal uso de sua criação, o dito cientista se recusa a compartilhá-la com o GACT, que por sua vez declara sua prisão até que a situação mudasse. Uma força quase totalmente civil de jovianos (naturais de Júpiter, curiosamente, o planeta que mais se opôs à idéia da hegemonia do GACT) consegue fugir com o cientista da Terra numa série de eventos que beirariam o impossível. Mas chegam a Júpiter com toda uma armada do GACT atrás deles. Então algo estranho acontece: as defesas de Júpiter se vêem surpreendidas tendo que lutar em dois frontes na sua capital Eliseu (Elisée), pois uma força terráquea estava estacionada ali perto... De bobeira. O ataque foi detido, a capital foi salva, mas obviamente, muitas outras respostas ainda devem ser dadas antes que a poeira volte a baixar no sistema solar. O que uma força militar imensa estava fazendo ali do lado de Eliseu? Os jovianos tinham razão em "raptarem" um cientista terráqueo que estava preso "injutsamente"? E o que as outras colônias pensam a respeito? Este é realmente um conflito de titãs, caso realmente irrompa a guerra... Mas o fator decisivo indubitavelmente caberá às facções "menores", como o Banco Venusiano, a Guilda Mercante Mercuriana ou até mesmo os nômades do cinturão de asteróides.

E você no meio desse conflito? Impedirá a guerra que pode varrer de vez a raça humana do espaço?

Ou será você quem a iniciará? Ou a encerrará de maneira decisiva? Caso a guerra surja, conseguirá a espécie que não conseguiu dividir um planeta viver no sistema solar inteiro em harmonia?

Escolha um lado, pilote máquinas gigantescas em batalhas alucinantes no gélido e impiedoso espaço solar, e aventure-se num clima de muita intriga, espionagem, conflito e tensão a nível planetário! As armas de CJ realmente possuem um poder devastador, mas antes que jogadores abram aquele sorrisão pensando em exterminar manadas inteiras de tarrasques, a verdade também vale para o outro lado.

O sistema de combate usa uma mapa hexagonal, o que considero um dos maiores complicadores do sistema. Ele usa quatro eixos de direção que condicionam o modo de se mencionar determinado movimento (ficando algo parecido com: "+3X, -2Y, -5Z", ignorando neste caso o movimento "vertical" (eixo "V"). Isso sinceramente me faz pensar em trigonometria nada agradável em proporções exponenciais, dadas as dimensões dos veículos. Mas fora isso, creio que CJ seja realmente um RPG que mereça um pouco mais de enfoque.

 O clima "anime" também é palpável em várias áreas, mas ele também possui a opção de deixar a narrativa séria e "pé no chão" o suficiente para tornar de CJ um cenário tão "ficção científica séria" quanto qualquer outro.

2 comentários :

  1. Cara, gostei muito da resenha!
    Vi alguma coisa sobre o jogo em uma edição da falecida Dragão Brasil, na época achei bem legal a ideia do Jovian Chronicles, e graças a sua excelente tradução, finalmente conheci o cenário de verdade!
    Muito obrigado!

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    Respostas
    1. Eu é q agradeço, Moacy. Qq coisa, estamos sempre na área.

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