15 de dezembro de 2012

Crowdfunding de L5A: O Parecer Interno

Acho que todos aqui sabem a que pé anda a campanha do crowdfunding de L5A. Portanto, esse é um assunto a menos sobre qual lançar luz. Sim, este será mais um post de desabafo. Esteja avisado.


Antes de mais nada, creio que me caiba iniciar este post dizendo ao menos porque minha opinião deve ao menos ser considerada. Creio também que eu não precise ficar aqui dizendo o quanto eu conheço L5R, há quanto tempo conheço o RPG e o card, ou quais edições joguei, de quantos campeonatos participei ou coisa do tipo. Bom, basta dizer que sou um grande fã do cenário. Nem de longe um dos maiores. Nem mesmo aqui no Brasil onde L5R ainda é meio "gueto" eu estaria provavelmente entre os 20 maiores fãs da franquia. Sério mesmo. Odeio as pessoas querendo me endeusar por fazer o que faço pela franquia aqui. Também não gosto quando elogiam a tradução pirata da 3ª edição com o intuito de "passar a perna" nas editoras brasileiras. O intuito dela foi algo totalmente diferente, mas, bom. Isso também não vem ao caso no momento. E até porque, isso é assunto para um outro post. Mas em suma, sou um grande fã de L5A. Pouco mais do que isso, tenho dito.

Sim, toda essa situação no site do catarse me enraivece bastante. Mas não é uma raiva pura e simples. E ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, não tenho raiva das pessoas que postaram as mais diversas e mal miradas ofensas a todos os envolvidos no processo de produção da versão brasileira de L5A. Pelo contrário. Tenho raiva sim dos profissionais da Oráculo responsáveis por uma péssima campanha de apresentação, e deixaram o projeto totalmente "chutável" por qualquer um que se desse ao esforço de fazê-lo. Não é algo digno da AEG, por menor editora que seja (e nem é), nem de L5R.

Antes que o Claudio Muniz leia isso e envie seus ninjas assassinos para me trucidar à noite, reforço que me direciono aos RESPONSÁVEIS por aquela pataquada. Conversado com ele, vi de fato que ele não teve nada a ver com aquilo lá (por favor, não me peçam detalhes a respeito). Como muitos aqui sabem, tenho contribuído para a versão brasileira mais internamente do que muitos outros fãs do cenário. Felizmente, fico sabendo de coisas mais internas, e conheço a situação um pouco melhor do que a maioria. Infelizmente, por questão contratual, também não posso falar muita coisa. Assim sendo, não posso explicar totalmente os porquês, mas resta dizer, e asseguro aos fãs, a editora responsável (seja a Oráculo, ou talvez agora a Technofantasy) está fazendo o melhor possível. Conferi internamente alguns outros trabalhos da Techno, e fiquei surpreso com algumas coisas (positivamente, algumas coisas estão em nível até mesmo superior ao americano).

Tá, é óbvio que as pessoas vão me achar tendencioso. "Porque eu trabalho para a Oráculo", ou coisa do tipo. Novamente, fui chamado para contribuir para a Oráculo por ser um fã e conhecedor do cenário, apenas isso. Não sou funcionário deles. Não tenho vínculo empregatício nem motivo algum para ficar defendendo a editora por picuinha ou coisa assim. E antes que digam também que estou sendo "estrelinha", novamente: Sim, há trocentas pessoas no país muito mais conhecedoras de L5A do que eu. Adoraria que elas contribuíssem também. Mas também não sei se a própria editora tem outras pessoas ajudando nisso além de mim.

Reafirmo, toda essa situação ultrajante à qual L5A foi posto doi tanto (ou mais) em mim quanto em qualquer fã do cenário. Conversando com o Claudio Muniz, sugeri que o projeto de crowdfunding fosse até mesmo cancelado. Isso devolveria o dinheiro das pessoas que já contribuíram, daria tempo para arrumar a casa, arranjar recompensas mais maneiras, e talvez até mesmo esperar a poeira do fuzuê baixar simplesmente. Até porque, não há pressa desesperadora da AEG, por exemplo, quanto a isso (sim, eu fico extremamente ansioso para ver L5A aqui, mas essa é outra história). A escolha foi dele em querer prosseguir. Posso adiantar, porém, que mesmo que o crowd falhe, que L5A virá de qualquer jeito. A editora tem planos reservas para isso. Óbvio que não posso dizer quais (e por favor, não me perguntem a respeito), mas fiquem tranquilos quanto a isso. Talvez não seja o que todos aqui gostaríamos de ver, mas pelo menos é um começo. Também estamos vendo outras formas de chamar atenção, divulgar e viabilizar L5A por aqui.

Dei vários toques, que o Cláudio provavelmente deve seguir, sobre uma atualização mais visual. Com previews das páginas brasileiras, título nacional, esse tipo de coisa. Pode parecer bobeira, mas esse tipo de coisa empolga e dá maior segurança aos fãs. Tenha isso algo a ver ou não, logo depois saíram as imagens da miniatura da Bayushi Kachiko (que aliás, eu achei foda!). Fato, ainda falta muito. Mas garanto que o Claudio Muniz é uma pessoa muito aberta a sugestões. Portanto, se tiverem alguma ideia, vão lá na fanpage, sugiram, comentem, deem ideias. Enxerguem rumos que ninguém lá viu ainda. Nesse momento, não há ideia ruim. É óbvio que nem tudo provavelmente vai dar para ser implementado, mas pelo menos a editora não está disposta a errar por não ter tentado.

Enfim, o dano à reputação da editora e dos profissionais já foi feito. Se justa ou injustamente não cabe a mim julgar. Se ele será perdoado pelo público ou não, também cabe ao futuro e não a mim. Seria melhor recomeçar tudo? Talvez. Mas não parece ser esse o caminho que seguiremos. E também não sei se isso adiantaria tanto assim de fato. Pedir para que toda a comunidade RPGística nacional esqueça o ocorrido então beira o ridículo. Não sei se ainda me cabe o direito de pedir aos fãs da franquia que continuem acreditando no trabalho na Oráculo. Pouco adianta dizer que o Claudio fez tetsubos e cabeças voarem lá dentro. Fato, eles podem estar com um time super-competente agora, mas enquanto eu for o único que tem visto o quanto o povo de lá tem se esforçado, será apenas minha palavra ínfima contra toneladas de desconfiança. Espero que ainda assim, miraculosamente a campanha dê certo. Pessoalmente, duvido muito. Mas, conforme falei, há planos reserva pra isso.

Sem mais, esta foi uma semana cansativa, mas posso afirmar que finalmente, para bem ou para mal, L5A no Brasil não está mais em minhas mãos. Até porque, de certa forma, ele nunca esteve.

Perdões pelo post imenso, sem figurinhas dessa vez. Perdão também se ofendi alguém na troca de farpas que tem sido as postagens do catarse.

7 comentários :

  1. Hayashi, vou ser sincero.

    Eu estava muito ansioso, com muita fé no trabalho da oráculo.

    Mas o q eles mostraram até agora n está me convencendo. Um ponto q vc mencionou, sobre mostrar ao público a que pé anda a tradução, ja é um bom inicio.

    Não podemos deixar de considerar a nerdrage que decidiu atacar a Oraculo, e os problemas anteriores que perseguem o Claudio, e a forma com que ele responde. Isso ja afetou em muito, acredito, a confiança do público na editora.

    Se as coisas continuarem nesse pé, ele não terá o apoio dos blogs, o que matará definitivamente o projeto.

    Para ajudar, a redbox está lançando o Blood & Honor com a chamada "Esqueça as Lendas, Sangue e Honra são Reais"... Desnecessária essa provocação, mas enfim...

    Eu realmente espero que o projeto dê certo.
    Mas prefiro esperar mais a ter um resultado dúbio.

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    1. Tem tudo isso e ainda muito mais coisa rolando.

      Mas a saber, os planos agora são de lançar L5R apenas como pdf. Caso isso junte lucro o suficiente, lançar então o livro impresso. Fato, isso pode dar totalmente errado, por motivos q a gente já conhece. Quem realmente gosta de L5A já comprou o livro em Inglês. Fora a pirataria de pdf q tb VAI rolar solta.

      De qq jeito, a única solução é esperar para ver o q vai ser feito. A minha parte eu garanto, q eu fiz. Agora é esperar q os outros profissionais de lá façam o melhor q puderem tb.

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  2. A Oráculo era o Cláudio Muniz. A Technofantasy é o Cláudio Muniz. A Oráculo fez uma cagada gigante com o produto. Porque qualquer pessoa deveria crer que a Technofantasy não vai fazer a mesma coisa, já que é encabeçada pela mesma pessoa que vem acumulando há mais de 10 anos fracassos RPGísticos?

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    1. Isso tb ME preocupa bastante. Fato, nunca cheguei a testemunhar os problemas com a Mitsukai nem nada do tipo. E tudo que ouço já são ecos das notícias e talz. Enfim, não tenho motivos pessoais alguns pra gostar ou desgostar do Muniz.

      Mas o q mais me perturba nisso é o pensamento qse kármico de q nada q envolva o cara tem o direito de prestar. Ora, eu, q sou APENAS UM FÃ consegui montar um vídeo legal, fora uma coisa ou outra apresentada aqui no blog q é elogiada pra caramba, inclusive fora da linha de L5A. Parece q a presença do Claudio no projeto consegue atrair muito mais atenção do q o meu trabalho como contribuidor, consultor, ou qq outra pessoa envolvida.

      Sim, o cara errou com a apresentação e em várias respostas a possíveis contribuidores. Sim, a apresentação e montagem do projeto inteiro ficou uma droga. Ele podia ter revisado aquilo antes? Deveria. Mas é nisso q estamos trabalhando agora. Criar extras legais, focar na produção do livro, etc.

      Não estou dizendo q tudo agora vai ser as mil maravilhas. Mas tb é importante ressaltar q não há motivo para crer q tudo necessariamente continuará a mesma porcaria q foi antes.

      Fato, eu mesmo não estou vendo muito do trabalho interno com L5A. Basicamente o q tenho visto é o texto cru. Mas pelo menos isso tem me agradado bastante.

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    2. Eu entendo seu ponto.

      O problema é que quando não conhecemos algo/alguém (e mesmo quando conhecemos) e temos que tomar alguma decisão importante (seja um importante simples como investir R$20 ou algo sério como casar) nós sempre, SEMPRE avaliamos o histórico daquela pessoa. Seja o histórico de nossas experiências pessoais, seja o histórico de outras pessoas (afinal, podemos aprender com os erros dos outros, certo?).

      Dito isso, qualquer um que olhe o histórico do Cláudio Muniz com editoras no passado, vai perceber que sempre houve grandes turbulências nesses relacionamentos. Mitsukai, Mantícora e agora Oráculo.

      Com esse histórico, quem vai arriscar? Quando a Oráculo surgiu eu ouvi a mesma história: ah, agora vai ser diferente. Não foi.

      Agora ouço que a Technofantasy vai ser diferente. Quando ela não for (o que o histórico me diz ser o resultado mais provável) e vier a Mitsuorácufantasy, vai ser a mesma conversa novamente.

      O grande problema que as pessoas que defendem o Cláudio Muniz não percebem (nem digo que seja o seu caso, Hayashi) é que os projetos dele não tem como dar certo, infelizmente (digo infelizmente porque eu realmente gostaria de ter o L5R traduzido). Não porque ele seja ruim, ou porque escolhe produtos ruins. Os projetos dele não darão certo porque ele tem um nome que se traduz em desconfiança na comunidade (pequena) que é justamente o público-alvo dele. Ele caiu fortemente em ostracismo e ninguém que seja minimamente informado sobre a cena do RPG nacional vai investir num projeto dele.

      Com esse histórico, você pode culpar essas pessoas?

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    3. Bom, eu confesso q nem fiquei sabendo dos quiprocós passados. Mas pelo q me consta (q é basicamente a versão do Claudio), cada caso foi realmente um problema diferente.

      O lado ruim de ele encabeçar os projetos realmente é isso. O nome dele tá lá, e não interessa o quão bom seja o conteúdo, geral torce o nariz qdo lê. Não interessa quem traduziu, quem revisou, se a editora original aprovou. Interessa é q o Claudio tá na frente e consequentemente qq coisa dentro do bendito é uma bosta. Novamente, não estou questionando a competência profissional dele, nem nada, caso ele leia isso aqui. Mas é basicamente o q ocorreu com L5R. Fosse qq outra editora indie do Brasil fazer um trabalho tão tosco (a Devir mesmo já apresentou alguns sites meio esquisitos. Nada naquele nível, mas passou perto), o tratamento seria outro. Naturalmente.

      Sobre L5R, pelo menos, aviso. O cara é só editor. Basicamente, ele lê os textos já traduzidos (em q eu dou uma força) para ver se ficou bom. Pelo menos do que já vimos (a tradução do livro básico já está terminada), ele nem mexeu em nada. Sugeriu uma coisa ou outra, mas nem mesmo interferiu tão gravemente assim. Ou seja, não precisam ter medo de q esse pretenso "dedo ruim dele" esteja no conteúdo.

      Assim sendo, é natural q o Claudio Muniz acabe se tornando uma espécie de financiador mesmo para o projeto. Ele cede o dinheiro, os outros caras da edição é quem põem a mão na massa de fato. Fato, ele tem feito seus esquemas tb para arranjar algumas outras coisas maneiras de L5R, pelo menos agora. Entre elas, posso destacar fichas personalizadas, kits de dados, camisas, chaveiros (aqueles do site), e estamos vendo ainda se rolam mapas e minis compatíveis (sim, pensem em algo no estilo de D&D Tiles).

      Enfim, por se tratar apenas em pdf, talvez haja uma luz no fim do túnel pra isso tudo. Como vai ser um treco barato, e com envolvimento mínimo do Claudio, todos têm tudo para achar um produto de qualidade. Com o tempo, as resenhas devem acabar elogiando e talvez até redimindo o Muniz de seus prováveis pecados anteriores tb. Bom, pelo menos é algo que pode acontecer. Conforme falei, nada vai ser tão simples, mas pelo menos é uma chance.

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  3. o grande problema foi a falta de entrosamento com o publico, deveriam ter feito o que a RedBox e a Retropunk fazem, interagir com o publico, apresentar o cenario, o trabalho, previsoes etc... eu ficquei sabendo que havia o financiamento faltando horas para o fim... e sinceramente se eles nao se preocupam em divulgar o proprio produto como vomos acreditar que eles terão zelo pelo produto?
    lamentavel... mas seria excelente se uma jambo compra-se a licença...

    veja o exemplo que a retropunk é fazendo o Savage worlds ser o maior sucesso de financiamento de rpg!!!

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