9 de junho de 2013

O RPG... E as Guerras... E Sun Tzu


Saudações, visitantes!

Ainda se recuperando da ameaça de malware, o blog acabou perdendo um post que havia ficado muito bom, mas que ainda estou pensando se reconstruo ou não. Caso não, fica então registrado por meio deste que ele tratava da banda japonesa "pop-tradicional" Rin'. Recomendo uma youtubada a respeito.

Também ando pensando seriamente na possibilidade de ter um canal de vídeos. Tecnicamente, eu até tenho um, que até hoje continua às teias apenas com o vídeo super-tosco sobre a apresentação do cenário de L5R. Este tema de hoje, eu inclusive pensava inicialmente em montar um "vlog" a respeito, mas acabou não dando. Sou péssimo orador, e talvez isso tudo seja apenas influência dos vlogs da Geek & Sundry. Que aliás, também recomendo para os anglófonos fluentes.

Mas sobre o que quero falar está bem longe disso, na verdade...


Guerra em Warcraft. Chega a ser pleonasmo...
Enfim, guerras são uma linha praticamente universal em todos os RPGs (e MMORPGs) que conhecemos. De uma forma ou de outra, sempre teremos uma ou outra guerra aqui ou acolá. Inicialmente, "Guerra" (segundo o dicionário Michaelis) é: sf (germ *werra) 1 Luta armada entre nações, por motivos territoriais, econômicos ou ideológicos.

Ou seja, dificilmente uma briga de vizinhos será considerada uma guerra. Apenas quando temos enfrentamento entre forças de diferentes nações, temos uma guerra em sua plenitude. Mas eu gostaria de abrir uma rápida exceção aqui: É possível sim, termos guerras dentro de uma mesma nação (Rokugan que o diga!).

Quando a diplomacia falha... Os berserker pira!
Basicamente, campanhas/aventuras/plotes em geral de guerras são interessantes por motivos bem óbvios. Primeiramente, os personagens podem sim ser tranquilamente os combatentes decerebrados e não precisam ter os mais eloquentes prelúdios. Claro, isso pode ajudar, mas em hipótese alguma eu os consideraria necessário. Os personagens simplesmente estão lá e pronto.

Bom, estou loooonge de ser um especialista vastamente douto em estratégia militar, mas, pelo que já li, guerrear consiste basicamente de lidar com três variáveis: ataque, defesa e suprimento. Essas duas primeiras são bem óbvias (conquistar território inimigo e não deixar seu território ser conquistado, respectivamente), mas a terceira é o que normalmente se ignora na maioria dos RPGs. Porque aceita-se geralmente que ela não seja muito interessante/empolgante. Mas talvez isso esteja errado. Pelas licenças poéticas mais diversas aceita-se que as flechas dos arqueiros de seu RPG medieval sejam infinitas, assim como as máquinas de guerra nunca fiquem sem combustível. Mas pode ser que o Mestre julgue interessante que seus soldados sintam fome. Ou que a cavalaria precise de suprimentos (para quem não sabe, um cavalo é um animal que come PRA CARAMBA! Uma cavalaria então, come muito mais). Enfim, romper a linha de suprimentos de seu inimigo é tão (ou mais) efetivo em guerra do que interromper qualquer uma das outras duas.

Estratégia, do grego "estrategia", do rokugani
"esutoratejia"...
E é por aí então que chego ao ponto principal deste post. Recentemente, um amigo meu me recomendou a lermos juntos o clássico da estratégia militar: A Arte da Guerra. Recomendo bastante, mesmo que você não tenha a menor vocação para estrategista. Agora, se você gosta de RPG e de estudar guerras, espero que tenha um motivo muito bom para não tê-lo lido ainda. Primeiramente, gostaria de destacar em que momento esta obra foi escrita. A China enfrentou no período de vida de Lao Sun Tzi (ou mais comumente, Sun Tzu) um período de guerras em que reinos tentavam reunificar o país dominando seus rivais ferrenhamente. E "A Arte da Guerra" de maneira alguma é o primeiro tratado do gênero. Praticamente cada um dos reinos tinha bibliotecas inteiras de escritos sobre estratégia militar. O diferencial de Sun Tzu é que ele não fala quase nada sobre estratégia militar propriamente dita. Não se tem recomendações sobre onde posicionar arqueiros, cavalaria, infantaria ou formações que mais parecem trigonometria vetorial (isso existe?). A noção de Sun Tzu é praticamente toda administrativa. Ele se dedica a vencer a guerra antes mesmo dela ser lutada.

A guerra também tem seus horrores. Sinta-se à vontade para adicioná-los.
Ou não.
Outro espírito a ser ressaltado é da seriedade da guerra: "A guerra é assunto de vital importância para o Estado; a esfera da vida ou da morte; o caminho da sobrevivência ou a ruína." Ou seja, pessoas MORREM em guerras. Recursos se esgotam. Construções são destruídas e conhecimento e potencial humano são perdidos. Guerras decidem a História. Ou não. Tudo isso são apenas possibilidades. Sim, tivemos várias guerras na nossa História que não mudaram praticamente nada na História mundial.

Outro aspecto a ser ressaltado por Sun Tzu é a necessidade de consenso, planejamento... E ardilosidade. Claro, é uma GUERRA! Não se espera que as pessoas joguem limpo. Iscas, ardis, espionagem, informações falsas. Tudo isso é algo utilizado em guerra, e preocupações com que todo líder deve lidar. Do seu lado e dos seus inimigos.

Em termos de estratégias rokuganis, todos nós já conhecemos os pontos fortes e fracos de cada clã. Mas saber como reverter essas vantagens a seu favor é no que os Estrategistas se especializam. Essa, eu creio, seja uma das principais dificuldades de se enfrentar o Clã Leão. Você não está lidando com apenas um comandante. Você está enfrentando toda uma junta de estrategistas, todos compensando as fraquezas uns dos outros. Isso, claro, sem considerar toda uma linha de frente cheia de berserkers espumando e fanáticos ignorando a própria morte. Para maiores informações em Rokugan a respeito, recomendo uma passada mesmo que leve pelo The Masters of War, da 3ª edição, que embora se centre em Caranguejo, Leão e Unicórnio, é possível ter a partir dele uma ideia geral de como os outros exércitos de Rokugan se comportam. Outro livro que vale pelo menos pelo trecho que aborda o Liderança de Akodo, é o The Way of Lion. Basicamente, o Liderança é uma versão rokugani para A Arte da Guerra, mas super recomendável, ainda assim.

Enfim, um post para abordar toda a plenitude do assunto encheria livros e mais livros. Mas espero ter sido útil em talvez oferecer perspectivas inspiradoras para suas aventuras e mesas.

Um comentário :

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