5 de julho de 2013

Dica de Filme: "A Guerra dos Três Reinos"


Saudações, leitores!

Confesso que já deveria ter feito isso há um tempão, já que o filme em si é meio velho (2008). Mas mesmo assim, só hoje consegui reunir tempo e lembrar deste dever ao mesmo tempo. Enfim, acabo de assistir os dois (sim, são dois) filmes que compõem a filmografia original de Red Cliff, conhecido nas bandas tupiniquins como "A Guerra dos Três Reinos". Traduções escabrosas à parte, vale lembrar que os dois filmes originais foram reunidos numa amálgama que picotou tudo aquilo que podia (e algumas coisas que não podiam) para caber tudo num rolo só. Resultado, a versão ocidental de fato deixa muitos buracos na história, alguns fios simplesmente não são explicados e algumas cenas mudam totalmente de contexto. Neste caso, recomendo fortemente que sim, assistam os filmes originais chineses. O que pode ser um problema para muitos, já que por causa disso também há legendas nem dublagens desses filmes originais para o idioma lusófono. Eu por exemplo, tive que me contentar com legendas em Inglês (ou isso, ou era Tailandês ou Coreano... ¬¬').

Enfim, de certo modo, a tradução nacional do título ainda é válida já que a história do épico chinês se passa no princípio da dita "era dos três reinos". E a história narra de maneira bem legal a trajetória da tentativa de golpe de Estado de Cao Cao e o heroico levante comandado por  Zhuge Liang (Takeshi Kaneshiro, galã mais conhecido por sua atuação em O Clã das Adagas Voadoras) e Zhou Yu (Tony Leung, que contracenou com Jet Li em Heroi). Além de termos inúmeras referências a estratégias e táticas e outros mecanismos de guerra chineses lindamente retratados, temos citações dA Arte da Guerra de Sun Tzu, e maravilhosas cenas que só a estética wuxia é capaz de causar. Isso, combinado à direção doida de pedra! genial de John Woo tornam o filme imperdível de fato.

Formação tartaruga! Uma das partes mais legais do filme.
Mas meu grifo pessoal vai para o uso importantíssimo de áreas normalmente consideradas inúteis nas nossas partidas cotidianas de RPG. Estratégia (as cenas de trocas rápidas entre os planos simultâneos de Cao Cao e Zhou Yu, um tentando adivinhar o plano do outro, são imperdíveis!), espionagem, criatividade engenhosa de improviso e até mesmo... Meteorologia e cerimônia do chá (???!!!) têm papeis cabais para a derrocada de um tirano (aliás, muito bem humanizado. É bem difícil enxergar Cao Cao como "apenas mais um cara mau") com um exército gigantesco. Uma trilha sonora bem legal também embala a história que pode parecer longa para alguns (dá um total de 280 minutos os dois filmes).

Vantagens de filmar na China: Figurantes a rodo!
O filme em si é uma boa pedida tanto para entusiastas do Qin (que aliás, há muito tempo não vejo falar dele por aqui) quanto para fãs de L5R. Mestrar uma campanha centrada numa guerra de maneira alguma me parece uma má ideia, e a série é uma prova concreta de que boas histórias podem surgir dali.

Enfim, não sei se de repente é por empolgação pessoal minha, mas creio que só assistir mesmo a versão ocidentalizada amputada já seja bem frutífero para as ideias. Da tensão das reuniões de planejamento, à adrenalina das batalhas, a história segue num ritmo bem legal até. E também serve para de fato retirar algum uso para essas ditas perícias inúteis supra-citadas. Bom, fica aí a minha dica. Agora, cumpra com seu dever para com a China e assista este filme, soldado!

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