7 de maio de 2014

L5R 4th: Shugenjas

Se repararem bem, cada uma das shugenjas acima representa um Elemento. Você consegue dizer quem é qual?
Saudações, visitantes!

Como já foi dito lá trás, hoje, inevitavelmente chega o dia em falar dos polêmicos "magos" de Rokugan. Os sacerdotes que se comunicam com as entidades elementais e semi-divinas de Rokugan. Assim como os cortesãos, eles aparentam fragilidade, embora, por terem o aparente poder da magia, pareçam menos indefesos que seus primos seguradores de leque. Mas, conforme já falamos lá no post a respeito deles, os cortesãos até podem ser entendidos como alvos facilmente elimináveis fisicamente, mas capazes de grande estrago na esfera política e social. Bom, para dar uma base, já falamos um pouco também sobre o misticismo e as esferas espirituais de Rokugan aqui.


Bom, primeiramente, creio que me caiba falar do dever primordial dos shugenjas. Eles são sacerdotes. Zeladores da vida espiritual de seus clãs. Isso lhes outorga certa sabedoria em relação aos seus primos samurais. De modo geral, shugenjas são indivíduos sábios, doutos nos assuntos que mais interessam a seus clãs. À medida que um cortesão estuda as artes finas da sociedade, relações diplomáticas, política e questões sociais, cabe ao shugenja estudar a filosofia, religião e questões teológicas concernentes aos deveres de seu clã. Dentre esse monte de coisa, está a magia.

Shugenjas Kuni: A Terra é minha aliada.
Poderosa aliada ela é.
Por serem normalmente mais sábios, shugenjas representariam a esfera "intelectual" de seus clãs, à medida que cortesãos e bushis representariam os lados sociais e físicos respectivamente. E, pelo Império ser formado por clãs incrivelmente variados entre si, os shugenjas também são igualmente variados e diferentes entre si. Conforme falei, eles estudam o que interessam a seus clãs. Sim, eles são especialistas, mas comparar Escolas de clãs diferentes seria quase o mesmo de comparar um físico a um médico, apenas porque ambos são "cientistas".

Conhecimentos de História, Heráldica, Medicina ou qualquer outra área podem servir de diferencial para um shugenja se destacar em seu clã. Afinal, eles são úteis como sábios, conselheiros e funções semelhantes. E um que, além de ser um eficiente "orador dos kamis", também possa exercer outras funções é algo que me chamaria atenção se eu fosse um daimyo. De toda forma, investir em alguma Perícia de Conhecimento é inevitável se você é um shugenja.

Além de servir a seu daimyo, também é legal pensar em como ser útil ao seu grupo. E nisso, o vago termo "shugenja" pouco ajuda. A profissão em si é extremamente polivalente, e mesmo numa mesma Escola, trocentos nichos podem ser ocupados. E nem falamos ainda do canivete suíço que é a Escola Isawa. Mas, uma lida na Técnica de cada Escola pode dar uma noção do que cada uma faz de bom. Mas, de modo geral, ressaltaria alguns pontos fortes de cada uma:

As Escolas Kuni, Tamori, Moshi, Iuchi e Kitsu tendem a se centrar em feitiços e funções associadas às suas respectivas palavras-chave ("keywords"): Jade, Criação, Trovão, Movimentação e Batalha.

Os Kuni enfrentam as Terras Sombrias como shugenjas em campo, Caçadores de Bruxas, e realizam experimentos de dissecação em busca de comportamento e fraquezas de seus oponentes. Além disso, sua Ênfase em Terra permite grande "suporte", seja prevenindo medo (Coragem dos Sete Trovões, ao meu ver, indispensável para os Kuni assim como Ataque de Jade. Você já viu quantas criaturas das Terras Sombrias têm efeito de Medo?), paralisando oponentes (Estagnação da Terra). Mas basicamente, se tem a palavra-chave "Jade", este feitiço vale a pena ser aprendido se você é um Kuni.

Na 4ª Edição, Tamori é igual a "magia líquida"!
Os Tamori possuem a incrivelmente útil habilidade de transformar seus feitiços em "poções", podendo invocar feitiços mais complexos em momento de calmaria e usando as poções no calor da batalha, e deixando os mais simples para serem invocados normalmente se forem necessários. Sua "palavra-chave" se refere principalmente aos feitiços das armas elementais (Tetsubo de Terra, Katana de Fogo, Yari de Ar e Bo de Água). Escolher algum que faça mais seu estilo também pode permitir ser mais útil, já que eles o permitem ataques mais eficazes durante maior tempo do que simplesmente usar um feitiço por rodada. Embora sejam de um clã tipicamente "zen" como o Dragão, o poder destrutivo deles é imenso. Mas também podem ser úteis em diversos outros nichos se assim quiserem. Nem que seja preparando poções de Trilha à Paz Interior, por exemplo. Desnecessário dizer, distribuir pontos em Atletismo e Agilidade (as Perícias usadas para lançar suas "granadas") também não é má ideia.

"Oh! Aquilo era seu navio? Desculpe, agora você
tem lindos destroços."
Os Moshi, assim como os Tamori, tendem a se focar mais no lado físico da invocação, com feitiços que causam dano, soltando relâmpagos e raios sobre os adversários e funcionam incrivelmente bem no ambiente padrão de seu clã: o mar. Convocar tempestades, alterar o clima, trazer ventos favoráveis para si e literalmente o caos sobre as linhas adversárias são seus principais pontos fortes. Sua dupla Afinidade (Fogo e Ar) também deve ser explorada na escolha de feitiços. Assim como o estererotípico mago de D&D, especializado em magias de efeito em área, o (mais provavelmente "a", já que a família é matriarcal) shugenja Moshi precisa tomar cuidado com o local e dimensões de seus efeitos, ou vai acabar mais atrapalhando do que ajudando. O clássico exemplo disso é o feitiço Fúria de Osano-wo. Basicamente, ele convoca um trovão dos céus sobre o alvo. Muito maneiro, capaz de um dano até bem alto para um feitiço básico, que aumenta ainda mais debaixo de chuva. Porém, ele ensurdece todos numa área considerável também. Sejam aliados ou não. Raciocínios semelhantes também se aplicam a quase todo feitiço de Fogo (Chamas da Pureza, por exemplo).

Shugenja Iuchi. Montado num cavalo de água...
Nada demais para se ver aqui, pessoal.
Coincidentemente ou não, embora sejam de clãs tradicionalmente rivais, os shugenjas Kitsu e Iuchi são até que bem parecidos. A principal diferença está em seu nicho secundário, que exploram facetas diferentes da mesma Afinidade. Os Iuchi se especializam em bônus para movimentação, facilitando viagens e ataques surpresa da já naturalmente ágil cavalaria do Unicórnio. Os Kitsu, além de serem os guardiões espirituais e contatarem os ancestrais do Leão, podem, por meio de sua Afinidade, se especializarem em efeitos de cura e bônus gerais de batalha (outro campo bem presente nos feitiços de Água). Outro campo que os Iuchi podem explorar, mas que não é ajudado por sua Técnica ou Afinidade, é o estudo de magia gaijin. O contato que o Unicórnio teve com povos das Areias Ardentes pode fornecer interessantes backgrounds, mas, fato. As Areias Ardentes não são o único "mundo" fora de Rokugan. Mas já é alguma coisa. De resto, os feitiços de "falar com a natureza" (estou sem o livro no momento, e não decorei os nomes deles) podem ser bem úteis também. Imagino que mais aos Iuchi, que lidarão mais intimamente com animais como suas montarias.

Shugenjas Asahina tipicamente passam o dia fazendo...
Garcices mágicas.
Shugenjas Soshi: Aquilo que você não vê normalmente
é o que te mata. Ou causa seu sepukku...
Fora esses caras, as Escolas mais tradicionais restam os Isawa, Soshi e Asahina. Os sacerdotes dos diametrais clãs Garça e Escorpião, até possuem algumas semelhanças. Ambos possuem a mesma Afinidade (Ar), mas acho que elas param por aí. A Técnica dos Soshi permite que eles invoquem seus feitiços sem chamar muita atenção (recurso utilíssimo na corte, ou para auxiliar a espionagem dos Shosuro, criando ilusões, concedendo furtividade, etc.). A Técnica Asahina (de reduzir rolagens de dano de todos os presentes na área), por outro lado, é outro recurso a ser usado com cautela, ou acabará mais atrapalhando do que ajudando. Ela representa muito bem o lado pacifista e contrário a qualquer forma de morte intencional da família, mas alguns bushis podem não gostar muito disso. Sinto falta de uma expressão mecânica para a criação dos tsangusuri da família, mas nada muito sério. A bem da verdade, a Ênfase em Ar permite que ambos sejam ótimos espiões, sensitivos e meios de comunicação. Mas, assim como seus antecessores, de maneira alguma se limitam a isto.

Os Isawa, por outro lado, são o verdadeiro "pau para toda obra" em termos dos shugenjas de Rokugan. Eles podem assumir qualquer Afinidade (embora inicialmente sejam mais eficazes em Terra ou Fogo). Podem se especializar em apenas uma no Nível 2 (Isawa Tensai), mas o principal nicho predominante da Escola é ser o generalista elemental mesmo. Um dos pontos altos que talvez possa passar despercebido, é que, graças à Técnica, raramente teremos um shugenja Isawa falhando na rolagem de invocação de um feitiço de sua Afinidade.

Ishiken Isawa. Porque nem todo shugenja da Fênix
é feito de Fogo, afinal.
Provavelmente a maior "característica única" dos Isawa seria o Ishiken-dô, a magia do Vazio. Seu funcionamento é bem próprio, e seus usos podem ser bem legais também. Embora tenha menos feitiços que outros Anéis, isso permite que um Ishiken possa seguir outros caminhos elementais também, se ele quiser.

De modo geral, Vantagens (ou Desvantagens) Espirituais costumam ser território dos shugenjas. Bem como Perícias de Conhecimento de modo geral. Mas entre considerações mecânicas diversas, eu, particularmente ressaltaria o seguinte:

De início, ter o Anel de sua Afinidade aumentado é um bom começo. Ele permite rolagens de invocação muito mais altas, e costumam ajudar a preencher seu "nicho secundário" dentro do seu clã, normalmente. Um Anel de Vazio também, já que permite mais magias de qualquer elemento por dia sendo invocadas também. De resto, variaria imensamente de acordo com a especialidade de cada Escola, com o histórico do personagem, e com os objetivos pretendidos pelo jogador ao criá-lo.

No mais, apenas ressalto a importância da habilidade Importunar, disponível a todos os shugenjas. Ela permite que qualquer feitiço comum seja invocado, potencialmente, por qualquer shugenja. Contanto que ele tenha tempo suficiente para invocá-lo. Quanto a isso, ressalto que se deve examinar a necessidade do efeito pretendido. Ou se ele não é disponível por nenhum outro meio. Caso contrário, o efeito do feitiço pode acabar demorando mais que seu meio banal de resolução, ou "reinventando a roda".

2 comentários :

  1. Muito bom!

    Sempre gostei do backgound dos shugenjas, e este nobre texto me ajudou muito a conhecer melhor este rico universo.

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    Respostas
    1. Valeu, Odin. Muito obrigado pela constante presença e apoio.

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