Olá, pessoal!
Bom, primeiramente, ainda estou me recuperando do acidente sofrido com meu calcanhar esquerdo. O que é um pouco frustrante, já que eu gostaria de estar indo no cinema vendo os lançamentos legais pra temporada de férias, e estou odiando perder até agora a experiência que deve ser ver Homem de Aço em 3D. Mas tudo está correndo bem na medida do possível, e acredito que até este fim de semana, já devo estar bom para pelo menos andar normalmente.
No mais, confesso que estava pensando em postar um pouco sobre "O Caminho das Ideias". Basicamente, sobre como ter ideias, ou pelo menos favorecer que elas nos apareçam. Confesso, estou bem longe de ser uma autoridade célebre no assunto. Vide minhas postagens, que giram ao redor de no máximo uns quatro assuntos. Portanto, creio que vale a pena avisar que ao ler isso, você não se tornará um espetáculo de brainstorms ambulante. A ideia preliminar deste texto é apenas reunir algumas dicas que reuni na minha vida de criador (e esquecedor) de ideias.
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Foco. Nunca comece um duelo sem ele. |
Bom, primeiramente, eu creio que deva falar de foco. Se você quer criar algo, então defina melhor o que é este algo. Pode ser um livro de romance. Neste caso, qual o gênero dele? Quais seriam os elementos principais da trama? Ou poderia ser um novo RPG. Se vai ser algo profissional ou apenas jogado com seus amigos é um pouco indiferente a esta altura, mas praticamente as mesmas perguntas poderiam ser feitas neste caso também. Reúna características gerais sobre o que você pretende criar. Podem ser vagas mesmo. A ideia é que elas sirvam de pauladas mais fortes e toscas para definir o bloco de pedra que você quer esculpir.
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Mais vale perder o tempo presente
anotando, do que o futuro esquecendo. |
Em segundo lugar, esteja pronto para fazer anotações. Qualquer papelaria ou até mesmo padarias vendem esses bloquinhos de notas a preço de ninharia. E se você não confia tanto assim na memória (como eu), não vai fazer mal ter um desses por perto na hora que aquele estalo genial bater. Isso pode servir também para anotar referências (ou até mesmo formas de contato com pessoas interessantes), autores e livros que possam servir de fontes de pesquisa depois. Havemos de convir, é um esforço bem pequeno para evitar o custo de tentar infrutífera (e frustrantemente) se lembrar daquela ideia genial que você teve há algumas horas.
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Depois das primeiras pauladas mais fortes,
é hora dos detalhes. E logo você chega
no nível do Michelangelo. Ou quase... |
Terceiro e último toque meu: Disposição. Por mais que você seja super inspirado, empolgado e fique imensamente feliz em criar suas coisinhas, elas precisam ser... Bem... Criadas, afinal de contas. Isto envolve ficar algumas horas digitando no computador, photoshopeando, desenhando, pintando, ou qualquer outra coisa que envolva o esforço prático em si. Eu mesmo peco por ter trilhões de projetos que gostaria de estar colocando em prática na minha cabeça, mas que por uma razão ou outra acabam indo pra minha imensa geladeira de projetos infindos. Então não façam como eu. A obra em si precisa ser de fato criada para que possa ser compartilhada por outras pessoas. Não façam como um artista imbecil daqui do Brasil mesmo, que vi numa entrevista certa vez que disse que criava suas obras, mas não ligava para a opinião das pessoas a respeito delas. A este genial indivíduo, uma pergunta: "PRA QUE RAIOS TU EXPÕE ELAS ENTÃO, MANÉ?!". Tá, é, eu sei. Provavelmente é porque isto dá dinheiro. Mas criativamente falando, não faz diferença entre você expô-las ou simplesmente deixá-as empilhadas no seu quarto se não vai ligar para o que as pessoas vão achar delas. Essa eu acho que é a melhor parte do processo criativo afinal. Outras pessoas gostarem, curtirem, se identificarem, e em alguns casos interagirem com as suas criações. E acho que isto é extremamente correlato ao RPG.
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Já falei deste genial board aqui. |
E enfim chegamos a algo que me ocorreu ontem/hoje, e que deve originar uma série de posts por aqui, detalhando toda a "evolução" do gamedesing do projeto em si. Já faz tempo que eu queria usar o sistema de rolagem de dados do boardgame
Touch of Evil para um RPG. Inicialmente, pensei em usar uma atmosfera mais vitoriana, ou talvez steampunk. E sim, eu tinha várias ideias convergentes posteriores a esta proto-ideia. Elas incluíam, entre outras, a associação de cada personagem da aventura a uma peça do tabuleiro de xadrez, de acordo com seu papel desempenhado e importância na trama. Enfim, acabei engavetando a ideia. Mas, nesta fatídica noite insone, talvez em virtude do ferimento ou porque de fato eu me conheça o suficiente para saber que não conseguiria dormir direito sem passar isto para o papel, todas essas ideias tomaram um rumo totalmente diferente. E é sobre este projeto que quero lhes falar.
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FIGHT! Um RPG até bem legal, mas o livro
poderia ter sido bem melhor... |
Estou a criar um RPG sobre lutas. Isso mesmo que você leu. Esta inspiração é algo bem similar a algo que inclusive tentei criar logo assim a Jambô lançou M&M por essas bandas, que seria um suplemento para o RPG falando de herois marciais. O suplemento inclusive tinha até nome: "Mestres & Artistas Marciais" (abreviando ficaria M&AM. Legal, não?). O projeto também incluiria notas sobre diferentes estilos de artes marciais existentes e como retratá-las de maneira legal no sistema. Acabou que desisti da ideia. Ela acabou esfriando. Não é algo ruim, mas no momento, estou muito mais empolgado com esta mais recente vertente. Por quê? Bom, primeiramente eu confesso que estava pesquisando inocentemente a respeito de RPGs já existentes que cobrissem este gênero. Já conhecia anteriormente o Wushu, e em parte até mesmo o Qin também pode ser usado para retratar lutas wuxias genialmente. Mas o que eu queria de fato seria retratar lutas em modo versus. Ao estilo de Street Fighter, Mortal Kombat, Fatal Fury, The King of Fighters, Bloody Roar, Tekken, Dead or Alive, e tantas outras séries do gênero Kick and Punch que já curtimos nos videogames. E é mais por este prisma que se orienta o até bem construído mas extremamente mal diagramado "Fight!". E acabou que sim, estou misturando tudo isso para ver no que dá. Outros problemas mecânicos surgiram mais à frente (falando assim até parece que estou trabalhando nele há um tempão, mas só comecei a escrevê-lo às 4 da manhã de hoje), mas já tenho ao menos protótipos de soluções para eles.
Bom, então a ideia é ir postando mais ou menos o que estamos criando por aqui. O fato de todas essas criações e protótipos ainda carecerem de testes de fato torna tudo ainda muito nublado. Mas isso também pode ser resolvido de maneira razoavelmente fácil. Ou pelo menos assim que eu recuperar minha plena mobilidade.
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Imagine Street Fighter. Só que com tabuleiro
quadriculado. Só que não. |
Mas falando sobre o sistema. Assim como em tantos outros sistemas de RPG, teremos a combinação de Atributo + Perícia para testes gerais. Assim como em Fight!, temos pouquíssimos Atributos: Força, Agilidade e Vigor, que são os mais usáveis nas lutas propriamente ditas; juntamente com Inteligência e Carisma, usados em interações sociais (brutos também se relacionam afinal de contas). As "Perícias" são na verdade grandes aglomerações de especialidades, mas que considerei serem importantes para darem mais profundidade aos personagens, além de meros conjuntos de golpes e manobras de combate. Tudo bem, elas não são nada complexas, mas nem tudo pode ser resolvido com golpes especiais, afinal de contas. Isso, somado a mecânicas de criação e personalização de golpes especiais e os poderosíssimos "Ultras", que estão sendo concebidos para poderem de fato virarem a mesa de uma luta.
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Porque andar pela rua esmurrando delinquentes aleatórios deve ser
extremamente terapêutico, afinal de contas. |
Outra preocupação minha tem sido a questão de modos de jogo. Sim, a ideia é termos tanto lutas "versus" quanto de equipes (o que pode ser bem legal caso você tenha um grupo grande, ou queira estimular o trabalho em equipe ao invés do "PVP"). E estou pensando seriamente em desenvolver mecânicas para lutas no estilo "herois contra capangas". Coisa no estilo "andar e bater", que sei que um outro RPG brazuca Beat'em Up também aborda. Também é planejado termos um cenário com pelo menos 12 NPCs lutadores (todos já definidos em linhas gerais), com alguns possuindo inspirações óbvias, mas creio que se tornem divertidas, afinal (funcionou com Freedom City, não é?). Também é previsto a criação de regras para diferentes tipos de torneios. E chefes "finais" para cada um deles (os arquétipos vão desde geneticistas malucos a chefes criminais, passando por fanáticos religiosos e um opulento fã de kabuki).
Enfim, conforme o tamanho do post por si só já faz parecer, há muito trabalho a ser feito. E mais ainda a ser testado. Por isso, eu agradeço que tenha lido tudo até aqui, e de fato de empolgado. E espero também que tenha ficado tão interessado em saber dos desenvolvimentos futuros desta ideia, bem como eu também anseio em anunciá-las por aqui também. Até a próxima, pessoal.
PS.: Sim, em virtude do meu ferimento, me vi incapacitado de criar o vídeo que pretendia para esta semana. Mas creio que este post cumpra bem o papel de me colocar para trabalhar! XD
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