7 de maio de 2010

L5R: A Corte Massiva

Bem, já faz algum tempo que não escrevo, mas esta na verdade não chega a ser exatamente uma novidade.

Hoje, resolvi dar uma mexida num artigo caseiro de um tempão atrás. Ando meio desanimado com L5R, com RPG de modo geral (e com a vida de modo geral, mas isso é outra história).

Sempre estranhei como o papel do cortesão (que apesar de não estar entre os prediletos de muitos jogadores) era interessante e muito pouco valorizado por toda a história das edições de L5R. A princípio, ele era quase totalmente ausente na 1ª edição, mais centrada nos conflituosos e cheios de ação física bushis e shugenjas. Lá, eles eram apenas sugeridos mais como sombras no fundo da ação do que como personagens propriamente ditos. O que era estranho, já que a editora enchia os livros dizendo que Rokugan era uma terra de guerreiros eruditos, corteses e refinados. Assim, seria extremamente natural que mais cedo ou mais tarde, os jogadores se interesssassem pelo jogo político dos cortesãos. Vários livros depois, nossos amigos de leque (símbolo do cortesão. Embora possua um daisho próprio, o leque é um instrumento de adorno e ferramenta de comunicação e manipulação de atenção muito comum aos cortesãos) chegaram à 3ª edição em pé de igualdade com os outros samurais. Ao ponto de terem suplementos quase exclusivos (Masters of the Court, que na verdade, é um suplemento para os clãs Aranha, Garça e Escorpião).
 
Todo mundo possui um tipo de esteriótipo de guerreiro medieval predileto. Há quem goste da gélida selvageria dos vikings, ou dos armadurados cavaleiros nobres da Europa, ou os hoplitas gregos. Ou até mesmo do contato da natureza que as civilizações pré-colombianas dispunham. Afinal de contas, mesmo que não pudessem fazer muita coisa contra as armas de fogo do homem branco, muitas nações indígenas tinham técnicas guerreiras muito legais! Independente disso, creio que ninguém que goste dos samurais os imagine como "apenas" destros no uso da katana. Sim, eles são guerreiros, mas também são notórios por sua lendária gentileza, retidão moral e até mesmo polidez no trato com inimigos mortais. Pelo menos na imaginação popular, samurais são guerreiros cultos e extremamente refinados. Sem, no entanto, abrirem mão de sua altivez em combate. Os cortesãos de Rokugan se atêem a esta mesma característica. Eles combatem incansavelmente uma luta invisível para muitos. Na corte, não há distinção óbvia entre aliado e adversário. Até mesmo alguém do seu Clã pode trai-lo em troca de favores pessoais. Nela, não importa sua perícia em armas. Uma mente dispersa no extremamente sutil e hermético mundo da corte é tão útil quanto um braço decepado em batalha.

Mas, por mais diferente que uma corte seja de um campo de batalha, não há quem negue suas semelhanças também. Nela, você também possui um objetivo determinado pelos seus superiores. Você é capacitado (como cortesão) na obtenção deste objetivo. Há o seu inimigo (mesmo que muitas das vezes ele ou suas ações não sejam imediatamente tangíveis), e você precisa lidar com ele. As semelhanças são tantas que, na história do Império, em 689, foi escrito o famoso tratado A Sutileza da Corte, que falava exatamente das semelhanças entre o campo de batalha militar e o político.

No que tange o confronto militar massivo, há o genial sistema de combate massivo de L5R. Muito famoso, admirado e até mesmo copiado por aí. Mas, e quanto à corte? Não seria legal se houvesse um conjunto de regras pra tratar dos grandes encontros? Já pensou em mestrar uma aventura com sonora ênfase política, deixando os jogadores no controle desses influentes e poderosíssimos samurais? Se já, já imaginou também a dor de cabeça que seria ficar rolando pra cada vez que alguém tenta persuadir, discutir, responder, chantagear, planejar, etc. ao longo de uma Corte de Inverno INTEIRA? Pois é. Apoiado na idéia dA Sutileza da Corte, criei um mini-sistema paralelo ao sistema de combate massivo para grandes confrontos políticos. Talvez você queira montar sua própria Corte de Inverno, ou uma simples reunião "amigável" entre cortesãos de diferentes Clãs. Qualquer que seja a situação, vale a pena dar uma lida, nem que seja pra ter idéias.

Planejo em breve mestrar uma aventura totalmente política e deixar os jogadores montarem não só seus próprios personagens, mas sim comitivas inteiras de seus Clãs e deixarem eles se estapearem em busca dos melhores favores, alianças e acordos. Não tem nada no artigo a este respeito exatamente, mas basta dizer que cada Clã terá, por exemplo, 10 Ranks de personagem para distribuir nesta comissão, sendo que pelo menos o líder da delegação precisa de no mínimo 3 Ranks de personagem. Ou seja, um jogador poderia fazer uma comitiva do Clã Leão que tem à frente um promissor líder de Rank 3 com 7 personagens de Rank 1. Ou então 1 líder Rank 4 com 3 personagens de apoio em Rank 2, ou 2 personagens de Rank 3. Ele poderia distribuir esses personagens entre cortesãos, duelistas, shugenjas... Conforme seus planos prévios para o que ele imagina que possa vir a acontecer na corte.

Se tudo der certo, espero postar resultados aqui. E não, não me esqueci de Freedom City.

Link para Download do artigo "caseiro": A Corte Massiva

5 comentários :

  1. Comentario frívolo: "Aquilo de kimono azul era uma Doji?"
    Hahahaha, não resisti H-san!

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  2. Pois é, Du. Não só vc tem se revoltado com essa imagem. Achei q era algo fã-made, por causa da estética mangá não ser exatamente algo típico da AEG. Mas, depois de uma pesquisada acidental, ela É oficial. Ilustra uma das cartas da série atual. O desenhista fez outros trabalhos com a plasticidade "anime 3d" pelo card e daí q.... É, aquilo ali É uma Doji e o cara com pose de intelectual é um Bayashi (diz o próprio autor da obra).

    Pq armadura na corte é essencial!

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  3. Muito bem elaborado e com certeza bem estruturado, mas confesso que achei o do Emerald Empire mais completo. Está de parabéns!

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  4. É, eu comentei a respeito inclusive na resenha do EE. Mas achei sinistro como eles meio q pegaram essa idéia q eu já tinha tido na época da 3ª edição.

    Mas o EE realmente ficou bem mais acabado.

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  5. Só um comentário:

    O EE ficou mais bem acabado e etc, mas isso não desmerece em nada o seu ótimo trabalho.

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