Galera, alguns avisos me parecem importantes demais para esperarem, e assim, resolvi abrir esse post a respeito.
Em primeiro lugar, sobre a aventura online. Infelizmente, os imprevistos tem se sobreposto, e acho que não há sinal de mudança em breve. Essa semana Juiz de Fora tem sido assolada por chuvas sinistras (alguns bairros, creio eu, já devem ter sumido do mapa. Favor, confirmarem pelo Goggle Earth), e isso aumenta exponencialmente o risco de meu modem ou laptop serem fritados por alguma descarga elétrica. Ou seja, enquanto continuar assim, não correrei o risco entrando na internet.
Essa sexta, provavelmente, não teremos a presença da Isabella, que terá compromissos extra-mesa, então, acharia legal que suspendessemos a seção dessa semana. Também. Sei que é chato, mas isso está mais para ser discutido pela restante da mesa do que por mim.
Não sei se de repente isso pode desanimar o pessoal a ponto de paralisar a aventura indefinidamente, mas, bom, é essa a situação até agora.
Falando em assuntos mais felizes, sobre a dúvida do Rhorvals lá no chat. Kamis elementais infelizmente não são os "espíritos elementais" de D&D. Isso foi uma acochambração tremenda da Wizards, que pelas regras de D&D 3.x entendia "magia" como divina ou como arcana. Talvez psiônica, mas acho que essa idéia nunca foi muito pra frente até agora. Enfim...
Muitas consessões da Rokugan do L5R original tiveram que ser feitas para que ela pudesse ser "d20-zável" aos moldes de D&D. Courtier = Bardo, Iaijutsu = Ataque Furtivo, e as magias, que possuem um funcionamento todo próprio, tiveram que se adequar aos moldes de "X nível/dia" e serem invocadas numa mísera ação, ao invés de todas aquelas rodadas de concentração, típicas e características de L5R em todas as edições. Bom, com base nisso, o shugenja usar magia divina até passaria facilmente, mas não é bem assim.
A princípio, magia divina se origina principalmente dos deuses (dããã), da esfera superior e de outro modo normalmente inatingível mortalmente. Deuses normalmente são figuras de poder altíssimo e transcedental, que agem no mundo inferior por intermédio de seus clérigos, paladinos, e outros portadores do poder sagrado. Kamis não são assim. Eles são tão integrantes do mundo material como os códigos binários componentes dos programas de computador por exemplo. Normalmente, não se vê eles funcionando, mas quando se acende uma vela, um kami de Fogo se manifesta. Da mesma forma que quando se sopra, você provavelmente está fazendo cócegas num kami do Ar por ali. Tá, normalmente eles estariam inacessíveis, não fosse o intermédio dos shugenjas, mas a questão é que kamis não são seres de um plano superior. Na verdade, os próprios humanos são mais "divinos" que eles em Rokugan. Mas essa discussão acabaria rumando pra tendência de "possessão planar" (regra quase insignificante da 3ª edição de L5R, mas que achei bem bacana) do plano mortal (Ningen-do), que a saber, praticamente se apossa indefinidamente de tudo que pisa nele (motivo pelo qual os Kamis - os filhos de Amaterasu e Onotangu, com K maiúsculo - não conseguiram retornar ao seu plano de origem). Mas não é essa a questão.
Aliás, o funcionamento genérico da magia dos shugenjas é praticamente arcano. Eles estudam e escrevem magias como os magos, e tecem as energias componentes do mundo material como qualquer magia arcana, resultando em efeitos não muito diferentes que qualquer Bola de Fogo de D&D. Porém, acho que os game designers confundiram os kamis com divindades (sim, eles são sagrados, mas mais por respeito do que propriamente por origem divina), já que a tradução literal do termo é "deus" (mas também pode ser "papel" ou "cabelo". Estranho, né?). Outra característica interessante é que a capacidade de usar as magias de shugenja corretamente envolve certa predileção genética. Mais espiritual do que propriamente hereditária, porém. Alguns NPCs da AEG possuíam (3ª edição) Vantagens exclusivas para shugenjas, mesmo não o sendo (Friendly Kami e Blessed by the Elements as mais comuns).
Fato, a visão metafísica da 4ª edição separa os poderes que antigamente eram originários da natureza, dos mais comumente aceitos como divinos. Mesmo tendo uma deusa da natureza no seu panteão básico, ainda há a fonte de poder primal, que lida, entre outras coisas, com os espíritos elementais. Todavia, reduzir os kamis às suas figuras elementais também é bastante impreciso. Fogo não é só o calor emanado da fogueira, mas também o brilho das idéias dos intelectuais. A Força da Água não é só o rio que nunca pára de se mover, mas a capacidade do guerreiro de notar seus arredores, e se adaptar a eles. A Resistência da montanha (Terra) não é só uma densidade material, mas a firmeza da vontade e perseverança humana também. Assim como o Ar não é só o oxigênio respirado, mas também tudo aquilo que não pode ser visto, mas sentido por alguma outra forma.
Ou seja, os kamis não lidam apenas com suas manifestações físicas, mas também possuem vertentes filosóficas/metafísicas/ideológicas/mentais/etc. Sim, o termo "ocidental" que melhor os descreveriam seriam realmente "espíritos elementais". Mas há o perigo (tradutore, traitore) desse termo ofuscar os outros campos de atuação desses espíritos.
Toda essa discussão já poderia ter sido considerada até mesmo uma segunda parte da seção "Gempukku", mas, creia-me, mais coisas virão.
Ainda sobre L5R, porém, vale adiantar que temos surpresas sobre L5R 4th a caminho. Só esperar e resistir ao suspense.
Blz.Quando os problemas acabarem vao tentar voltar com o rpg po ! Gostei muito da galera em geral,espero ver eles de volta tb assim como o mestre !
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