8 de abril de 2012

Projeto Anauê: PDF Final

É com grande júbilo que tenho o prazer de anunciar que estou finalmente de volta à Internet.

Computador consertado (no final, era algo bestamente simples, mas o importante é que tudo acabou bem), humores restaurados. Só fico um pouco triste em nem ter tantas novidades assim neste tempo em que estive fora. O que não chega a ser tão ruim assim. Antes notícia nenhuma do que notícias ruins, digamos assim.

De resto, anuncio por fim que resolvi não mais dar chance ao azar que pode teimar de levar todo o trabalho feito até agora no Projeto Anauê para a vala. Assim, venho aqui postar bem tardiamente o PDF de "Anauê!". Fato, está bem longe do que eu queria. Não temos ilustrações, não temos um símbolo para o panteão tupi-guarani, e muita coisa eu queria trabalhar melhor (e talvez até mesmo dar mais prévias por aqui). Nem sequer temos capas afinal! Em tempo, se alguém quiser acrescentar alguma coisa, estou enfaticamente aberto a sugestões. Ainda ressabiado pelo susto, vamos então ao livro em si.

Logo de cara, temos um conto de abertura. Tá, podia ter ficado mais legal. Não estou nos meus melhores momentos de escritor. Sim, esses dois Heréus (Isabel e Ramon) deveriam estar com fichas no livro. Mas, como muita coisa, eles foram prejudicados pela minha falta de experiência prática com Scion. Ou seja, assim como um avatar para Moaruã, mais Dádivas de Pe'Anama, etc.

Falando do material propriamente dito, vemos a seguir um resumo curtíssimo sobre a história da América Latina pelo ponto de vista "Scionesco". Sim, é provável que tenhamos muitos outros Heréus na História dando mole por aí, além de Virgulino Ferreira da Silva (se William Wallace era Heréu dos Tuatha...). Eu pessoalmente talvez incluiria na lista pessoas como Carlos Prestes, Antônio Conselheiro, Garibaldi, e estou meio incerto quanto a Tiradentes.

Em seguida, vemos os Deuses Nhanderú propriamente ditos. Coisa bem xerocada em termos de formato do que se já se viu em outros livros de Scion por aí a fora. Conforme já falei aqui, fiquei na dúvida se Rudá entraria ou não na galeria de Deuses. O mesmo ocorreu com outros mitos amazônicos célebres, como o Boto. Só que considerei eles meio fora da "pegada" de Scion para figurarem legal entre os outros. Por isso, e apenas por isso, ficaram de fora. Mas adaptá-los pro sistema também é algo bem fácil...

Pe'Anama foi outro ponto que me incomodou bastante. Tenho quase certeza de que esses poderes JÁ existem de alguma outra forma, só não me lembro onde estão.

Creio que algumas pessoas poderão se surpreender com alguns Legados. Sim, o Arco de Itaquê vem de um romance de José de Alencar. O Muiraquitã é aquele mesmo que o Macunaíma vivia caçando. Mas ele existia bem antes de Mário de Andrade criar sua história. E a Pedra de Sumé também é simbioticamente ligada ao seu Deus. De resto, é incrível como existem tão poucos itens mágicos na cultura ameríndia. Quer dizer, quase todos eles já têm donos exclusivos, como a varinha de condão de Yaci Yatirê. E para estranheza de muitos (inclusive inicialmente a minha), nosso célebre Saci Pererê já teve uma encarnação como ave. E um nome muito mais esquisito também. Mas nem assusta tanto. Na mesma enciclopédia que encontrei este item, também descobri que Boiúna teve seu nome tão corrompido pelo contato lusitano que acabou virando Boitatá, e daí para Batatão. "Cuidado! Lá vem o... BATATÃO!" XD.

Coisa que talvez possa causar dúvidas. O termo Kurupi (um dos filhos de Tau e Kerana) é quase igual ao povo que se rebelou aos Nhanderú (Curupí). Para diferenciar, grafei este último como oxítona. Não, não faço ideia da diferença de pronúncia original entre esses dois termos. Outro fato que me incomodou foi que este Kurupi se baseia na encarnação uruguaia do mito (que aliás, é onde os sete monstros possuem muito mais força). Se já não fosse complicado o suficiente, esse camarada tem o nome muito parecido com o nosso Curupira. Mas as semelhanças acabam por aí. Outro ponto que talvez possa incomodar alguns: Curupira e Caipora foram resumidos numa só criatura: Caapora. Basicamente, uma raça de "elfos brasileiros". Tá, mais selvagens e menos amistosos do que a imagem dos elfos "Orlando Bloom", mas tudo bem.

E chegamos a Moaruã. Sem muitas surpresas aqui. Ele é o Titã da Ambição. O que ele faz é as pessoas desejarem mais coisas, e assim ele fica mais forte. Acho que a forma mais correta de tentar entendê-lo é imaginar um ser que se alimenta da fome. Qualquer que seja ela. Suas crias de Titã ficaram poucas na verdade. Eu queria mais algumas, devo confessar. Mas hei de me defender dizendo que os livros básicos também já suprem grande parte do que eu mesmo já havia imaginado. Qualquer assombração ou alma penada pode se tornar um fantasma/espectro. O padrão Teju pode quebrar um galho, isso quando um ou outro monstro lendário não resolve trampar pro Moaruã de vez em quando também.

Por fim, você já leu bastante, e eu não vou ficar aqui cansando ninguém (mais). O capítulo final só contém algumas dicas que podem ser úteis (ou não) caso você queira acrescentar alguma coisa, ou criar algo mais local (ou que por qualquer motivo não esteja nesse "suplemento"). Assim, o volume se fecha em pouco menos de 30 páginas. Espero que gostem!

Anauê a todos!

Download do Projeto Anauê na atual versão

8 comentários :

  1. Ah sim. Já ia me esquecendo. Sintam-se à vontade para traduzir pro Inglês e upar essas informações na WWWikia tb.

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  2. Bacana Hayashi, parabéns! Vou dar uma olhada. Foi um trabalhão, hein?

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    1. Até gostaria de dizer q foi algo hercúleo, q eu tive q revirar dezenas de enciclopédias e recorrer às fontes mais inacessíveis de saber para criar o Anauê. Mas seria uma grande mentira minha. Sim, foi difícil, mas não MUITO difícil.

      Grande parte do material de base foi tirado da Internet mesmo. O mais chato na verdade foi encontrar em qtde suficiente, e solucionar as mais cabeludas contradições entre uma fonte e outra.

      Pra variar, continuo muito crítico com qq coisa q eu faça. Portanto, vira e mexe eu releio o Anauê e considero horrível. Acho q falta muito carisma ao texto. O conto de abertura apenas tenta ser legal, mas acho q ainda não conseguiu ter uma pegada empolgante. O mesmo "marasmo" ocorre com o texto em si. Não vejo o texto por si só empolgando alguém a jogar com um personagem Nhanderú.

      No mais, muito obrigado pela ajuda, Astreya.

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    2. Não se deixe levar pelo seu senso crítico, eu achei que ficou muito bom, inclusive o conto de abertura! Achei tudo muito criativo. E mesmo que tenha sido pesquisa na internet, imagino que deve ter exigido tempo e dedicação. Parabéns mesmo, Hayashi!

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    3. Obrigado pelos elogios, Astreya. Vc não imagina o qto eles têm ajudado. É q sempre me bate a ideia de q alguém, em algum lugar do mundo, escreveria tudo q eu escrevo melhor. Ou talvez até já esteja escrevendo.

      Mas vamos lá, ainda tenho outras ideias para implementar por aqui.

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  3. Gostei bastante Hayashi! Acho que os deuses ficaram muito legais e a dádiva especial deles também é muito massa!
    Parabéns pelo trabalho! Espero poder narrar minha campanha de Scion em Brasília em breve =D

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  4. Parabéns pelo trabalho! Como fã de carteirinha de Scion posso deizer que ficou muito bom!

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    1. Obrigado pelo apoio de todos.

      Tb estou tentando montar uma mesa de Scion aqui, mas tá difícil. Espero q dê tudo certo. O jeito é bola pra frente. E pensar no q lançar por aqui agora...

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