12 de maio de 2010

Escultura, RPG e Arte... Será que dá certo?

Tá bom, confesso. Foi uma real falta de idéias melhores que me levou a seguir esta proposta para um trabalho de Escultura 2 na faculdade. Mas, se as melhores invenções da humanidade foram criadas por acidente, quem sabe algo de bom não surge de uma idéia besta dessas?

Bom, se você é um dos seis gatos pingados que lêem esse blog, já devem saber que gosto bastante de RPG (embora ele também seja uma fonte bem grande de frustrações pra mim, mas essa é outra história). E sempre que posso, tento usar algumas das referências RPGísticas que tenho nas matérias práticas da faculdade. Esse foi um caso e resolvi postar aqui.


Para quem não conhece, este "glifo" é dos Andarilhos do Asfalto, uma das Tribos de Lobisomem: o Apocalipse (Glasswalkers, no original em Inglês. A tradução de "vidro" para "asfalto" se deu por uma pequena diferença entre as culturas americanas e brasileira. Lá, é normal ver edifícios de grandes empresas envolvidos em vidro reflexivo. Daí a associação da Tribo ao "vidro". Como isso não é comum no Brasil, os tradutores optaram por usar "asfalto", já que a Tribo também tem forte espírito urbano e progressista). Sobre o RPG em questão, de maneira bem resumida, a história é a seguinte:

O mundo está virando de cabeça para baixo. E isso é muito ruim. A própria Terra está sendo destruída, profanada e coisas ainda piores pela humanidade, espíritos malignos, forças sinistras destrutivas e tudo mais que há de ruim no mundo pelo desenvolvimento imbecil dos humanos. Sempre que as Três Forças da Existência (Wyld, a criação; Wyvern, o desenvolvimento e Wyrm, a destruição) entram em sério desequilíbrio, Gaia (uma espécia de espírito da Terra) convoca suas presas e garras para colocar as coisas no lugar, cortando o que tiver que ser cortado. Esses seriam os lobisomens, dotados do intelecto humano e da fúria e dos poderes do lobo. Tá bom, eles são os eco-chatos que têm que consertar um mundo cada vez mais decadente e não tá nem um pouco a fim de ser consertado. Não obstante, as Tribos de Lobisomens, ao invés de se juntarem e baterem nos "caras maus" ficam se batendo por picuinhas e motivos bem idiotas. Tá, agora coloque tudo isso no Mundo das Trevas. Pois é. Deprimente, anti-heróico e punk-gótico (seja lá o que isso for).

Beleza, dessas Tribos, os Andarilhos do Asfalto são os que mais intimamente lidam com a Wyvern, o espírito do desenvolvimento, tecnologia e progresso. A sonoridade próxima de "weaver" é bem proposital. Ela é a tecelã, a que constrói redes e amplia as capacidades individuais para o bem comum. Falando sério agora: é bem estranho ver tecno-lobisomens com garras de 15 cm se dando ao trabalho de enviarem e-mails, memorando e hackeando o orkut dos outros em busca de informações que possam ser úteis no combate contra a Wyrm (que não é a verdadeira vilã da história. Aha! Fiz um spoiler! ¬¬').

Sempre quis trabalhar com o potencial gráfico dos glifos de Lobisomem, que resumem magistralmente o espírito de cada Tribo. Porém, a natureza deles é extremamente bidimensional, e é muito difícil imaginar um deles com derivações no campo tridimensional. O glifo dos Andarilhos, por outro lado, possuía várias interpretações possíveis em 3d. E acabei descobrindo outras no processo deste trabalho de Escultura.

A primeira leitura que imagino que todo mundo faça do glifo é de um edifício. Bem rudimentar, assim como todos os glifos. Até porque, é bem próximo do motivo do nome da Tribo (prédios de vidro, sacou?). Mas depois que comecei a trabalhar com ele, notei que ele se assemelha a uma ferrovia, com os dois trilhos atravessados pelos dormentes indo para o horizonte em perspectiva. É uma interpretação bastante aceitável, inclusive, compatível com o nome da Tribo no cenário Wild West, que seria Andarilhos do Aço, mas ela também deixa a "curvinha" no centro inferior sem um significado ou motivo.

Esta é a forma básica da qual estou partindo. Foi feita a partir de uma placa de alumínio. Foi um pouco chato conseguir cortar essa forma relativamente bastante orgânica e fazer os espaços internos na base da talhadeira, mas, não bastou apenas uma! Eu fiz outra! Olha só as duas juntinhas aí:

Elas não ficaram tão idênticas assim, mas acabou que gostei deste resultado. A proposta agora é unir essas duas estruturas bidimensionais com segmentos copiados dos traços horizontais, criando uma espécie de "torre", outra leitura possível do glifo que não havia feito até então. Uma torre de cabos elétricos, ou até mesmo a arquetípica torre medieval em que magos se reúnem para debater temas de altos intelectos.

Ainda resta fixar as estruturas que unirão as duas "faces" da torre. O farei muito provavelmente com rebites, e depois vou pintar a estrutura toda de preto, apesar dos protestos do Ricardo Cristófaro, nosso professor. Ele gostou desse ar "ferro velho" que a pintura descascada da placa transmite, mas acho que pintar de preto será melhor para a associação com Lobisomem.

As aulas de Escultura ocorrem toda terça, mas não pude atualizar aqui até então. Espero ter mais novidades à frente também.

2 comentários :

  1. Foi impressionante a semelhança com a figura original.

    A escolha do material, foi fantástica, ele passa um que de rústico e ao mesmo tempo tecnológico.

    Quero ver a peça quando estiver completa, pois nao é nada fácil partir do bi para o tridimensional.

    Quanto a lobisomem...
    Nao é o meu favorito, mas a idéia em si do sistema é tentadora. mais que muitos.

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  2. Cara muito bom mesmo. Sou de Jf e adoro lobisomem e já pintei uns pequenos quadros apenas em preto e branco com os glifo das tribos, raças e augúrios.

    Atualmente jogo e narro nesse fórum.

    http://lobisomemoapocalipse.livreforum.com/forum

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