Bom, realmente saiu meio na surdina, mas rolou (quase que por uma intervenção do acaso) ontem a primeira seção de uma aventura que planejei já algum tempo (anos) mas que nunca pôde ser jogada em mesa com meus amigos daqui de Juiz de Fora.
Esses dias meio que me bateu a vontade de tentar reanimar minhas mesas do RRPG e no meio desses tiros no escuro, acabei conseguindo um grupo bem legal disposto a se arriscar pelas terras rokuganis deste tão incalto e humilde narrador. Bom, eu ainda penso que esta aventura parece muito promissora, pelos motivos seguintes:
Há muito tempo atrás, nos tempos em que ainda era possível para nós, jovens relativamente descompromissados e desatarefados ainda tínhamos tempo para saber o que era RPG de mesa, conversei com minha grande amiga e uma das narradoras que mais admiro pelo talento, estilo e criatividade, Bárbara Pugliese, sobre plots para L5R. Ela apontou que de repente seria legal criar "clãs" para corresponder aos animais que existem no horóscopo chinês, mas não existem em Rokugan. Confesso que não saí por aí doidamente criando as mais diversas agremiações para cada um, mas, um deles em especial talvez tenha sido uma influência subliminar que me levou a criar o plot desta aventura. Perdões se não falo muito a respeito do plot real dela, mas é que algum dos jogadores pode passar por aqui e aí já viu, né? Para não haver spoilers, vou tentar me conter ao máximo àquilo que os jogadores já descobriram desta trama...
O título da aventura vai continuar meio incógnito por um tempo. Mas fará sentido alguns posts à frente... Assim espero, pelo menos.
Nosso grupo de bravos picotadores de gente inclui:
- Kakita Mika, personagem do Bruh: uma clássica bushi da Garça com consideráveis talentos de corte (não possui tanto foco assim para duelo), ex-Campeã de Topázio e cheia de grana.
- Yoritomo Yoshitsune, do Kerdied: experiente marinheiro do Clã Mantis, com alguns legados de terras estrangeiras e que usa como mote do personagem: "Se algo bóia, eu já estive lá."
- Azusa, ex-monja do Dragão e futura monja da Irmandade de Shinsei, controlada pelo Ricardo.
Bom, grupo relativamente pequeno, mas que pode sofrer acréscimos já na próxima seção. Além disso, o grupo principal ganhou o reforço da dupla de samurais do Dragão:
- Kitsuki Junichi, investigador Kitsuki que fica extremamente nervoso e tímido na presença de pessoas estranhas (imagino que seja um esteriótipo mais comum do que se imagina... Dada a parca representação política do Dragão... Mas isso é outra história).
- E Mirumoto Daisetsu, bushi enviado para proteger Junichi (que por mais desastrado que seja, realmente é um fenômeno investigativo). Embora seja um guerreiro relativamente bom, funciona mais como seu assistente e intermediário com o resto do mundo.
Nossa aventura começa propriamente dita com nossos personagens recebendo o convite de Doji Hachiro, um já bem experiente magistrado e cortesão da Garça, convidando-os para integrarem seu time heterogêneo de yorikis em sua cidade: Jukami Mura. Jukami é um vilarejo relativamente pobre da Garça (tendo a Garça como parâmetro), mas que faz fronteira com as terras do Caranguejo. É um posto comercial importante ainda assim para Caranguejo, Garça e Mantis. E conflitos esporádicos também não são novidade por ali. Além de também ser bem inglória por suas associações mercenárias. Mas, de modo geral, a política Doji consegue impedir que este barril de pólvora exploda.
Queria a imagem de um banquete, mas não deu. |
Doji Hachiro não é bem assim, mas dá uma idéia. |
Para orientar os personagens até a casa de Toko, Doji Hachiro designa Utaku Taran. Uma bela e imponente Dama Guerreira Utaku. Aparição rápida. Ela apareceu, esperou os personagens terminarem de se arrumar (vocês sabem como os Garças prezam um cabelo BEM penteado, né? Pois é...).
Bom, assim que o grupo chega no local, praticamente cada um vai pra um canto. A dupla Dragão vai direto para a cena do crime, onde ficam examinando os vestígios por um bom tempo. Azusa vai ver o lado de fora da casa, e nota alguns homens caídos e já com altas ressacas a essa hora da manhã. Não parece ter sido lá uma festa de arromba, mas isso chama mais a atenção. Pelas roupas, os homens caídos deveriam ser camponeses ou coisa pior. Do lado de dentro, Yoshitsune e Mika investigam o resto da casa. Yoshitsune percebe que nada de valor foi roubado. E olha que havia muita coisa valiosa dando mole. Mika conversa com os servos, que dizem que ninguém viu ou ouviu nada. Apenas encontraram o patrão obviamente assassinado no seu leito pela manhã. Toko podia não ter sido o melhor dos patrões, mas, conforme os Dragões confirmariam, o crime parece ter sido cometido por algum rival comercial. O que é uma imensa lista. Mas algo parece não se encaixar muito bem... Hora de ver o progresso do investigador profissional...
Junichi é um investigador extremamente competente, mas tem o péssimo hábito de não comunicar expressamente suas descobertas (ele não se comunica direito de modo geral). O corpo não está mais lá, pois já foi levado para receber os devidos cuidados fúnebres. O Kitsuki deduz pelos respingos que o golpe foi desferido por uma lâmina. O que é estranho. Falando em off, se fosse trabalho do Escorpião, veneno poderia ser usado com muito mais descrição. Azusa nota pegadas na janela do quarto, coisa que Junichi diz já ter observado. Segundo ele, eram inclusive duas pessoas. Provavelmente um casal, que arrombou a janela por fora, entrou e saiu sem ser visto. Trabalho profissional, conclui o grupo.
Impedidos pela etiqueta de não conversarem assuntos criminalísticos e mortuários na frente dos servos do defunto, Daisetsu faz saber a todos que a equipe de Doji Hachiro tem o hábito de se encontrar em sua "humilde mansão" no almoço para trocar informações num ambiente particular. O grupo já poderia muito bem sair de lá com as informações que obteve que Doji Hachiro se daria por satisfeito, se tratando de samurais em começo de carreira. Contudo, Kakita Mika não se dá por satisfeita, e pergunta a um servo pela posse mais preciosa de seu patrão. Ele se esforça, mas lembra da tapeçaria pela qual ele pagou muito caro. Ela fica exposta em seu escritório, no andar de onde está o seu quarto.
O grupo todo vai em massa para lá, para variar, com exceção dos Dragões, que ainda fica lá catando borboletas. Os personagens dos jogadores então param lá e ficam contemplando a (falta de) beleza da obra tão valorizada pelo comerciante Toko. Enquanto isso, os Dragões chegam, e Junichi simplesmente vai para o outro lado da sala, pois daquele lado já tem aquele povo todo investigando. Ele, porém, parece estar interessado no ranger das tábuas do piso. O grupo conversa, interroga o coitado do servo, mas ele também não pode ajudar muito. Até que de repente alguém tropeça numa "trapaça de kansas city"...
"Quando todos olham para a direta, mas você olha para a esquerda..." |
Música de suspense...
Yoritomo Yoshitsune pega um dos pacotes guardados ali, e anuncia seu conteúdo como "Ó-P-I-O". Os personagens meio que se assustam com isso (menos Mika, que nem sabe o que é isso). Bastante satisfeitos e ansiosos pelo almoço, o grupo então parte de volta à residência de Hachiro, com itens muito interessantes guardados na caixa de ferro...
E esta foi a manhã do dia segundo.
A aventura continua, e ainda falta muita água para rolar debaixo dessa ponte. Não sei também se alguém somou 2+2 com "mercador guardando ópio + gente ensarjetada na rua da casa dele", mas isso também para outra história.
...
...
...
Lembra que eu disse que essa história parecia promissora lá no começo do post? Bom, disse isso porque, se tudo correr bem, talvez eu a publique como um pdf, como se fosse realmente uma aventura oficial de L5R. Ela independe bastante de fundo histórico, mas é bem passível de acrescentar suas influências se desejado. E também não sofre por grupo heterogêno. Na verdade, tende a ficar ainda melhor com isso!
Maiores notícias após este domingo!
Nenhum comentário :
Postar um comentário