30 de maio de 2012

Hayashi Recomenda: As Ruínas

Saudações, xerocadores de fichas!

Hoje, gostaria de falar de um filme cujas opiniões que colhi foram bastante divergentes. Mas um da série: "Não dava nada por ele, mas acabou me surpreendendo", As Ruínas (The Ruins, EUA. 2008) começa com uma premissa bem besta. Um bando de universitários americanos vai de férias ao México curtir as maravilhas do terceiro mundo, e, a convite de um amigo local, resolvem ir explorar as ruínas maias próximas dali. Segundo o guia local, eles iriam até lá procurar seu irmão, que desapareceu. Entre nativos que falam quéxua (idioma que pelo visto ninguém no continente americano fala), o grupo acaba ficando preso nas ruínas de uma pirâmide, aparentemente amaldiçoada com algo que faz os nativos os impedirem de sair de lá.



E é aí que o negócio começa a ficar interessante. O "monstro" do filme na verdade é uma espécie de planta que envolve todo o edifício. Ela parece se alimentar de carne propriamente dita, mas ao invés de termos as previsíveis bocarras de plantas carnívoras, temos algo mais sutil. A trepadeira em si é capaz de se mover com galhos espinhosos capazes de enrolar e se agarrar em coisas (e pessoas), além de seus pedaços, uma vez inseridos dentro de organismos vivos é capaz de se mover e crescer lá dentro (gerando uma das cenas mais horrendas do filme, aliás). Não, não temos uma samambaia bombadona que ameace destruir uma cidade inteira como o Biollante (inimigo do Godzila japonês). A ameaça é sutil, e raramente comete ações mais ofensivas para buscar suas presas. Ela normalmente fica lá, paradona, esperando algum ser vivo imbecil o suficiente se aproximar. Um dos personagens até fala que é estranho não ter pássaros pousando sequer próximos do templo. Os nativos, por sua vez, deixam os turistas lá dentro, pois não querem entrar em contato com eles com o risco de estarem contaminados pela planta.

Enfim, o filme me parece ter um título mal colocado. O inimigo a ser enfrentado não são as ruínas, mas essa planta que fica nelas. E o que mais gostei é a capacidade da planta de imitar sons próximos, como cantos de pássaros ou até mesmo um toque de celular, contato que seja exposta a ele por algum tempo, através de suas flores.

Do jeito que eu gosto, o filme não explica nada sobre a planta. Pode ser uma maldição dos deuses; uma espécie que sempre existiu, só ainda não foi estudada; uma espécie mutante; experiência do governo... Enfim, quando se está preso por um negócio desses, isto é o que menos importa. Mas gerar plots interessantes com isso nem é lá tão difícil. Vilarejo isolado de onde ninguém enviado para solucionar o sumiço retornou? Uma consequência de alguma ofensa lançada contra algum deus da natureza/espírito primal? E por aí vai.

Assisti o filme faz algum tempo, na verdade. Não cheguei a considerá-lo nada fantástico, mas é bom, ainda assim. Muita gente o criticou na Internet, mas, como não esperava nada dele mesmo, ele ficou até legalzinho. Imagino que seria um tipo de cria de Titã muito legal para Scion, ou o tipo de coisa sutilmente desafiadora para uma aventura de D&D. Não vou deixar nenhuma ficha ou coisa do tipo. Apenas, por curiosidade, achei a Bloodthorn Vine do Monster Manual 2 de D&D 4th bem próxima deste conceito. Fica aí a dica para quem quiser inovar um pouco nos seus monstrinhos.

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