15 de maio de 2012

Hayashi Recomenda: Os Agentes do Destino

Mil acasos me levam a você
O sábado, o signo, o carnaval
Mil acasos me tomam pela mão
A feira, o feriado nacional
Mil acasos me levam a perder
O senso, o ritmo habitual
Mil acasos me levam a você
No início, no meio ou no final
Me levam a você
De um jeito desigual
Mil acasos apontam a direção
Desvio de rota é tão normal
Mil acasos me levam a você
No mundo concreto ou virtual
Me levam a você
De um jeito desigual

(Skank - Mil Acasos)

Calma. O blog não virou algo exclusivamente dedicado à MPB mineira. Mas é que achei esta letra tão intimamente ligada ao assunto do post que fui quase obrigado a abrir o post com ela. Bom, talvez a culpa seja de algum agente. Talvez não. Não entendeu nada, então respire fundo, certifique-se que ninguém esteja usando um chapéu por perto, e aventure-se neste post de mais uma recomendação cinematográfica que este humilde blogueiro hoje resolve trazer a vocês.


"Os Agentes do Destino" (The Adjustment Bureau, EUA. 2011) a princípio é apenas mais um filme super pipocoso de uma pseudo-ficção científica hollywoodiana sem lá muito o que impressionar. Temos novamente o Matt Damon se metendo em um roteiro meio estranho com grandes chances de dar errado, mas creiam-me, o elenco de apoio, produção e demais pessoal tornam este a princípio despretencioso trabalho uma obra prima. OK, ele nem fez estardalhaço nenhum quanto ao seu lançamento, nunca ouvi ninguém falar dele até agora e só estou escrevendo a respeito agora porque acabei de assisti-lo, fiquei super empolgado e resolvi tascar na net antes que a inspiração vá embora.

Basicamente, a trama do filme gira sobre o personagem de Damon, um promissor candidato ao senado americano que se vê perdidamente apaixonado por uma mulher que conhece por acaso. Sim, isto só passa a ser uma história interessante a partir de agora. O problema todo é que... Bem, os dois não devem ficar juntos. Por "não devem ficar juntos" quero dizer que os próprios agentes do destino (daí o nome do filme) se vêem no direito de interferirem a torto e a direito no relacionamento dos dois para evitar que este amor, uma vez concretizado, acabe por desviar a pretensa história do mundo de um rumo planejado e bom para todos. Isto é "o Plano".

Os estilosos e badasses agentes.
A história passa a ficar bem interessante no decorrer do filme, principalmente pela estética (poxa, eu adoraria trabalhar na Agência pra usar aqueles ternos) e todo o conflito instaurado na história dele. A discussão entre livre-arbítrio e cerceamento da liberdade em prol do bem comum (que não se limita só ao diálogo no estacionamento) é algo memorável. Enfim, fica aí a recomendação para pelo menos assistirem o filme que promete (e cumpre) uma história de amor bonitinha, uma ficção científica interessante, ideias relativamente novas neste meio e um filme bem divertido, empolgante e agradável de se ver.

Bom, mas como este ainda é um blog sobre RPG, é impossível também assisti-lo inteiro sem imaginar em como seria legal um RPG nestes aspectos. Com os jogadores interpretando os próprios agentes, tendo que assegurar que o Plano ditado pelo Mestre Presidente seja seguido, ou com próprios humanos que, a exemplo dos personagens do filme têm que se desdobrar para tudo quanto é lado para conseguirem levar suas vidas para onde bem pretendem. Ao meu ver inicial, isso pressuporia uma plataforma bem interpretativa de sistema. Até porque os "ajustes" no Destino são coisas normalmente bem sutis, e não vejo razão para criarmos mecânicas de "MP" ou coisa que o valha para descrevê-los. Além do fato de que, ao meu ver, daria um pusta trabalho descrever precisamente os atributos dos agentes que basicamente sabem de tudo, atropelam as leis da Física com seu deslocamento "entre portas" e aparentam ser imunes a qualquer coisa que um humano possa fazer contra eles.

Fato, o filme deixa muita coisa sem resposta, o que é excelente também. Não sabemos ao certo o que são os agentes. Será o Presidente Deus? Ou será toda a organização uma raça extraterrestre que vigia a humanidade desde os primórdios? Por que os agentes alteram apenas detalhes sutis? Pianos caindo de lugar nenhum em cima das pessoas seria algo realmente tão estranho assim?

Mas se este papo todo sobre o livre-arbítrio, liberdade da raça humana e condição da (in)consciência ou os conflitos do acaso com o Plano te lembrar outra certa ficção científica clássica dos anos 90, provavelmente não será por mera coincidência.

"Você pode escolher. Ou fazer o que mandamos, ou seguir sua
vontade. Digo, ou a pílula azul ou a pílula vermelha."


Fica aí então lançada a minha semente. Se isto já te deu vontade de esquentar os dados, mãos à obra, amigo leitor! E espero também poder compartilhar mais coisas interessantes por aqui também.

PS.: Sim, os outros projetos também continuam ativos.

2 comentários :

  1. Isso dá uma boa ideia para Sion também, onde o destino acaba sendo uma entidade tão importante que os Deuses tiveram que pular fora do mundo =D

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