9 de julho de 2012

A Touch of Evil: Board Game de Terror Investigativo

Imagem da tampa do jogo. Com alguns dos herois e o
vampiro wanna-be Nosferatu.
Olás em área maximizado, pessoal.

Hoje, após já um bom tempo sem postagens, venho aqui falar de minha mais nova aquisição e vício momentâneo. A Touch of Evil vem de uma empresa até agora relativamente pouco conhecida no ramo (Flying Frog), mas que já me mostrou dois jogos incrivelmente legais. Este, e o The Last Night on Earth. Ambos têm lá suas semelhanças mecânicas, mas também são bem diferentes entre si.

AToE põe os jogadores num ambiente bem cinematográfico típico de "A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça" (filme bem legal com o Johnny Depp dirigido, para variar, pelo doido de pedra do Tim Burton. Recomendo). A saber, na América do Norte colonial (séc. XVII-XIX, imgino), o vilarejo perdido entre "Onde Judas Perdeu as Botas" e "Vento Faz a Curva" de Shadowbrook tem sido vítima frequente de acontecimentos misteriosos. Os aldeões não sabem de nada direito. Os anciões do vilarejo, se sabem, estão escondendo muito bem. E é neste clima que os "aventureiros" (personagens com miniaturas! Quem não gosta de minis?) chegam ao lugar, para investigar e acabar com qualquer que seja a assombração que assola a região. Antes que o mal se torne invencível.


Set up do jogo. Com dois jogadores.
O jogo é naturalmente investigativo. A ideia é perseguir as pistas espalhadas pelo tabuleiro, encontrar o "vilão" da história (o jogo básico já apresenta o vampiro, lobisomem, espantalho e cavaleiro sem cabeça), e vencê-lo com todo tipo de arma. De mosquetes a espadas, facas, água benta, alho, balas de prata ou que mais der para ser encontrado. Já tive oportunidade de jogá-lo no 2º Sábado do Tabuleiro na Conclave, e acabei decidindo por ele ao invés de seu primo contemporâneo.

AToE tem vários aspectos muito legais. A aleatoriedade torna o jogo único a cada vez que se joga. Vilões se alteram. Os aldeões podem hora se aliar ao Vilão, hora aos herois. O jogo pode ser cooperativo ou cada um por si. E as regras podem ser as básicas ou avançadas. Como se já não fosse suficiente, a Flying Frog também lançou até agora três monstros online para você imprimir e acrescentar ao seu módulo básico. De quebra, a caixa ainda comporta, além dos quilos de cartas, tokens, tabuleiro, manual e minis, um CD com a trilha sonora para embalar as partidas. Isso mesmo. Há até uma edição especial deste CD com mais algumas trilhas e que vem com mais duas cartas de bônus também.

Os monstros gratuitos, inclusive, são em comemoração a datas temáticas pela qual o jogo passou (o "Quebra-Nozes Moldaviano" é um artefato maligno em celebração ao Natal, e a "Bruxa Sombria", em homenagem ao halloween. Não sei se a Dríade é em homenagem a algum dia da árvore ou coisa do tipo). A parte mais legal é que o jogo possui até bastante fundamento interpretativo. As habilidades especiais dos herois são igualmente interessantes tanto para um jogo cooperativo quanto competitivo.

Se o jogo deixou a desejar em uma coisa, ao meu ver, foi o fato das miniaturas virem em plástico cinza. Por vezes, é difícil separar quem é quem no saco com todo mundo embolado. A ideia obviamente era deixar que o próprio consumidor as pintasse. Mas, por se tratar de OITO pessoinhas de 2 cm de altura fazendo poses, o que temos são oito provações à paciência de qualquer um. Só pra dar ideia, vou postar aqui o que já consegui em dois dias de olhos sangrando, costas doendo e paciência no limite.


Tá, parece até que estou chegando a um nível aceitável. Mas aí eu tive a infeliz ideia de buscar no google imgaens a respeito, e encontrei isto:



Ainda estou indeciso, na verdade, se após ter visto esta imagem a melhor coisa a ser feita seria devolver as minis ao estado cinza-plástico original, ou terminá-las e apresentar algo digno de exigirem meu seppuku.

Enfim, o jogo continua sendo excelente, e muito munido de coisas para não deixá-lo perder a graça por ainda muito tempo (ainda sinto falta de um monstro mais lovecraftiano. Até onde sei, não existe algo do tipo em expansão alguma). Recomendo a qualquer um que goste do gênero investigativo/vitoriano. E foi até bem barato (R$ 170). Ainda não cheguei a jogar com minhas próprias peças, graças aos desencontros dos fins de semana. Mas isso deve mudar em breve. Pelo menos enquanto não encontrar nenhuma mesa de RPG.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Leia Também:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...