Além disso, ele será um trabalho extenso e demorado. Provavelmente vou ter tempo de trabalhar em outras coisas enquanto me dedico a ele. Assim, ele não será necessariamente a próxima tradução a ser publicada aqui, apenas o próximo projeto a que me dedico. Por isso, não estranhem se de repente sair uma tradução da Dragon, por exemplo, antes dele.
Bom, sem mais delongas, aí vai a primeira (e como acredito que todo mundo vai matar a charada de cara, provavelmente a última) dica, o conto de abertura do dito cujo:
Era uma vez…
… Num mar tempestuoso, dois navios atracados em combate mortal. Um tremula as cores de um Príncipe Mercante Vodacce, enquanto o outro infla uma bandeira negra com uma sorridente caveira escarlate. Os piratas se lançaram por ganchos com cordas e juntaram os dois barcos. A tripulação se lançava pendurada em cordas e cordames enquanto os vodacces puxavam suas espadas de seus cintos e se preparavam para repelir os invasores. Enquanto isso, no fundo do casco do navio vodacce, dois homens se preparavam para escapar do inevitável…
Parte Um
Villanova
Ele caiu com força no chão de madeira, jogando sua cabeça contra uma caixa. Enquanto devolvia seus mantos escarlates ao seu lugar, ele conteve um xingamento. Seus olhos voltaram ao homem diante dele, trajado em couro preto da cabeça aos pés, revirando loucamente as caixas abertas, murmurando para si em sua língua nativa. Bernardo não precisava falar Vodacce para saber que ele não tinha tanto cuidado quanto ele em pragas.
O vodacce se virou por apenas um momento, xingando no idioma Castille, nativo de Bernardo desta vez. “Está esperando que Theus venha lhe buscar, padre? Eles estarão aqui em momentos!”
Bernardo voltou a ficar de pé, levando apenas um momento para reajustar seus mantos. “Você é um tolo, Villanova. Tivemos a chance de escapar, mas você e sua ambição…”
O vodacce deu meia volta, sua espada repentinamente à mão, sua ponta no pescoço do padre. “Não tente a minha ira, padre. Seu deus não está aqui embaixo no convés deste navio.”
Bernardo olhou para o aço, e então olhou de novo ao aço nos olhos de Villanova. “Me ameaçar não o ajudará a encontrar seu prêmio.”
O vodacce hesitou, então guardou a espada. “Você está certo,” ele praguejou. “Como de costume.” Então ele se virou para a caixa semiaberta e continuou sua busca.
Bernardo desviou seu olhar do Vodacce e olhou em uma das caixas que Villanova já havia saqueado. Ele ouviu os gritos de homens morrendo lá em cima e fechou seus olhos. Ele olhou por sobre o ombro mais uma vez para Villanova… E pegou um pequeno pacote envolto em panos das mangas de seu manto. Ele o depositou debaixo do carregamento de algodão. Era um jogo perigoso, ele sabia, mas as regras haviam mudado quando os piratas ergueram sua bandeira preta e escarlate.
“Villanova!” Ele gritou. “Eu encontrei!”
O vodacce o jogou para o lado num piscar de olhos. “Onde? Aqui?” Ele tirou o pacote do algodão e o levantou. “Como eu não o vi? Como…” Ele se virou para o padre, sua mão caindo ao sabre. “Eu não o perdi. Não foi, Bernardo?”
O padre de um passo para trás. “Estava ali! Eu o achei! Você ainda estaria procurando se eu não…”
O navio de repente estremeceu a bombordo e Villanova caiu ao seu lado, o impacto derrubou o pacote de sua mão. Bernardo saltou sobre o vodacce, agarrando-o. Mas Villanova era rápido, e o padre foi pego enquanto saltava e jogado no chão, suas costas estalaram pelo impacto.
Villanova se ajoelhou sobre o padre ferido, com seu prêmio em mãos. “Não tenho tempo para matá-lo, Bernardo,” ele disse. Ele pausou. “Mas providenciarei tempo.” A face do vodacce germinou um sorriso maligno e Bernardo respirou fundo, percebendo que seria seu último fôlego.
O’Connel
Ele saltou para o navio vodacce, com o grito de guerra de seus ancestrais na garganta. Seus pés descalços chegaram ao convés; as facas que tinha entre os dentes estavam em suas mãos e um fogo selvagem ardia em seus olhos.
“Venham, cães vodacces!” Ele gritou. “Todos vocês dormem com a Bruxa do Mar esta noite!”
Três deles investiram sobre ele com espadas, mas ele se agachou do primeiro facilmente, cortando o calca-nhar do marinheiro enquanto girava abaixo da lâmina. O segundo recebeu sua faca na garganta enquanto O’Connel saltava sobre o terceiro e atingia sua cabeça com a dele. Houve um segundo de tontura, mas então tudo ficou bem de novo. “Beber vinho amacia sua cabeça,” ele disse ao vodacce cambaleante. “Melhor ficar com whisky no futuro.”
Só então, ele sentiu um corpo atrás dele e girou, facas prontas. Mas era apenas o contramestre, sua face molhada pelo sangue vodacce. “Fora do meu caminho, Inês,” ele gritou com estrondo.
O’Connel se curvou e sorriu. “Peço seu perdão.” O grande contramestre passou por ele e O’Connel saltou de volta à confusão. Um momento ou dois depois, ele estava numa escada que o tirou do sangue e da briga. No fim da escadaria havia um longo corredor, até os calcanhares de água. Suas pernas do mar mantinham o equilíbrio e ele se movia rapidamente pelo corredor.
Enquanto atravessava a espessa e negra água, ele ou-via duas vozes à frente: uma vodacce e outra castilli-ana. Quando chegou à pesada porta no fim, ele levan-tou a barra e pôs seu ombro contra a madeira. A porta abriu facilmente e ele caiu de cara na água rançosa.
Quando levantou a cabeça, viu dois homens — um em cima do outro — e aço exposto. Ele reconheceu um, mas não o outro.
“Signore Villanova, eu presumo?” Ele perguntou, se levantando da água. O vodacce olhou para ele — e então para o padre no chão — e pegou um pequeno pacote e se levantou.
Villanova disse alguma coisa em Vodacce, mas O’Connel meneou sua cabeça. “Desculpe,” ele disse. “Tentei aprender a língua, mas soava como macarrão toda vez que dizia alguma coisa. Odeio macarrão.”
O’Connel não sabia se o vodacce havia entendido; o homem de cabelos negros continuava caminhando para frente. O Inês se manteve no lugar, facas ergui-das em punhos. O aço vodacce cintilou na penumbra e pouco antes de Villanova golpear e as facas de O’Connel girarem num bloqueio feroz.
Helena
Ela observava a carnificina do Nunca Render-se ao lado do capitão do navio, envolta em seu pesado casaco para repelir o vento frio. O homem alto olhou por sua luneta para a batalha no outro barco e assentiu. Helena ouvia os gritos de homens morrendo e se retraiu. O pirata notou. “Você não parece do tipo covarde,” ele disse.
“Não sou,” ela respondeu no Avaloniano nativo do capitão, seu sotaque vendeliano acentuava cada vogal. “Mas esta sanguinolência…”
“É inteiramente necessária,” interrompeu o capitão. “Os vodacces não se rendem.”
Ela se virou da carnificina. “Contanto que eu recupere o que é meu.”
“Este foi nosso acordo,” disse o capitão, colocando sua luneta de volta ao seu saco. “Minha tripulação pega o ouro e você pega… O que quer que você queira.”
Ela se enfiou ainda mais em seu casaco. Este era nosso acordo, Mordigan, ela pensou. Mas ainda vamos ver se você cumprirá sua palavra.
Assim que terminou este pensamento, algo a jogou para frente enquanto uma explosão enchia seus ouvi-dos e o calor ardia suas costas. Sua face bateu contra o convés e ela sentiu gosto de sangue. Levou um momento para se levantar do convés, então ela se pôs de pé e passou sua língua pelos dentes para garantir que ainda estavam todos ali.
Ela viu o capitão, ainda esfumaçando no frio ar do mar, um incêndio furioso entre ele e o outro barco. Ele estava balançando seu alfange sobre sua cabeça, embora não se ouvissem ordens. Ela não podia ouvir mais nada além de um alto zunido em sua cabeça. Enquanto ela se esforçava para se manter consciente, ela percebeu que havia deixado seu equilíbrio no con-vés e caiu. Ela tentou mais duas vezes, usando a corda para se levantar, e viu que o outro barco havia ficado à deriva num incêndio voraz. Muito lentamente, a voz do capitão encontrou passagem pelo zumbido e ela ouviu os seus comandos.
“Voltem, rapazes! Ela está caindo, e se não cortarmos suas cordas rápido, cairemos com ela!”
Helena sacudiu a cabeça e apontou ao navio naufra-gando com sua mão direita enquanto agarrava o capitão com a esquerda.
“Não! Não podemos ir! Villanova está naquele navio com meu…”
“Não temos escolha! Ainda estamos atracados ao na-vio de Villanova. Se não rompermos, vamos ter vinho de água do mar no jantar essa noite.”
Ela sacudiu o último pedaço de vertigem de sua cabeça e empurrou o capitão. Ele iniciou um protesto, mas ela puxou uma pistola de sua jaqueta e ele ficou quie-to. Sangue escorria de seus olhos e ela se virou para o barco, mirando a pistola numa corda. O capitão olhou quando a pistola disparou, lançando um gancho pelo ar para se firmar numa linha. Helena o puxou para garantir que estava firme, e então se virou para o capitão.
“Deseje-me sorte,” ela disse, enquanto escalava a corda.
“Este navio estará debaixo d’água em menos tempo do que demoraria para dizer ‘Jack Louco, sabe.”
Ela assentiu. “Então tome uns dois goles antes de dizer isso.” Ela agarrou a corda do gancho e se lançou ao navio naufragando em chamas.
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Pois é, galera. É isso. Agora, façam suas apostas e espero que tenham gostado desse grande clássico swashbuckling!
Seria 7th sea?
ResponderExcluirCara bom mesmo!
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