9 de abril de 2013

Novos 52, Novos Herois, Novos Conflitos... Mesmo Desacordo

Saudações, honoráveis visitantes.

Tá bom, desculpas por deixar o blog às teias esse tempo todo. Desculpas também por ter emitido praticamente uma nota de falecimento alguns posts atrás, seguida ironicamente por um post de primeiro de Abril. Não, por isso não vou me desculpar porque foi engraçado.

Enfim, em primeiro lugar gostaria de dar algumas notícias sobre coisas que espero poder lançar por aqui em breve. A primeira delas é sobre as CTL/Jornada/whatever de Samara (sim, o título ainda está MUITO provisório). Sim, eu estou tentando reunir ânimos para voltar a trabalhar nelas. Eu sei que quase ninguém gostou, mas acho que o projeto em si, com um acabamento bem feito, pode sim gerar alguns frutos legais.

Em segundo lugar, após muita ponderação, creio que eu tenha encontrado o motivo para tanto sumiço e aridez produtiva. Tá, é bem certo que a faculdade pegando pesado, algoritmos e algumas outras coisas esquisitas ocupam mente, mente e saco. Mas acho que o que de fato contribuiu como causa maior a todo o meu sumiço se resume a um anglicismo: haters. Sim, aquele tipo de cara chato, negativamente crítico. Mas admito que nos meus casos a opinião contrária externa esteve em grande parte certa. Eu errei em muita coisa, apoiei causas que de fato não mereciam o esforço. Pior ainda, devo ter sido descortês (pra dizer o mínimo) com alguns desses casos. E os elogios à minha pessoa em revide variam de esnobe, elitista, prepotente e coisas ainda mais baixas... Mas o fato é que a crítica eternamente contrária desanima. Ser genioso e teimoso é prejudicial à auto-estima. Um dia eu ainda aprendo a controlar isso. Tenho tentado desenvolver isso esses dias.


Agora, depois de todo essa encheção de linguiça, àquilo que de fato eu queria escrever a respeito. Incentivado quase que subliminarmente pelo post de nossa sapientíssima amiga Astreya em seu "novo" blog, eu vim a refletir acá com minhas caraminholas a respeito do novo heroi que estamos gerando. Vivemos numa sociedade que considero hiper-capitalista. Tudo é passível de se tornar capital. E qualquer pessoa é trapaçeável. Qualquer um pode ser vencido em prol do benefício próprio. Mais ainda: O esperto e ardiloso é o novo heroi. Ele será cultuado pelos olhos do povo. Citando a Astreya, é só dar uma olhada na tamanha admiração que Dr. House, Tony Stark (dos cinemas) e tantos outros recebem em relação às suas contrapartes mais caridosas. Falar de Game of Thrones neste momento é atiçar ainda mais a fogueira. Não vou discorrer aqui sobre os motivos dessa tendência, ou dizer se isso é bom ou ruim. Afinal de contas, essa "competitividade" toda gerou alguns desenvolvimentos bem interessantes, senão em nada, na tecnologia. Mas, para não ficar de fora, a oitava arte também incorporou bastante essa ideia do "heroi politicamente incorreto". E nem mesmo a antes conservadora e fina DC Comics conseguiu ficar de fora, ou sequer minimizar essa onda de ética controversa aos seus títulos menores.

Sim, estou falado (talvez tardiamente) dos Novos 52. A pegada geral desse "reset" do universo é colocar justamente os herois da editora sofrendo com os choques de terem que se apresentar para uma sociedade não exatamente preparada ou acostumada a recebê-los. Assim, temos um Superman visto como uma ameaça alienígena, um Aquaman tido como oriundo de uma Atlântida terrorista e um Batman vigilante caçado com afinco por diversas forças policiais diferentes. O mundo é um lugar ruim, incompreensivo e ninguém (nem mesmo os próprios herois) sabe o que fazer para de fato melhorá-lo.

Herois da DC: Fucking bad-asses!

Sinceramente, eu não gostei tanto assim do N52. Achei muito jogada de marketing, mais destinado talvez a "colocar o pé na água" para os novos filmes da DC. Sim, eu gosto da suposta "cafonice moral" da DC. Não, isso não me torna homofóbico ou coisa do tipo (assim espero). Sou super fã do filho gay do Allan Scott original, bem como do casal de lésbicas que o Judd Winnick teimou em enfiar nos Renegados. Entendo que muita gente nova tem achado isso legal, e o lucro que eles geram é muito maior que dinossauros feito eu.

Mas um ponto que chamou muito mais atenção (dolorosamente) foi o que fizeram com o Capitão Marvel. Confesso, ele está longe da minha seleção de personagens prediletos. Mas comecei a gostar dele depois de ler (pasme) o suplemento para M&M: Book of Magic. Lá, fiquei sabendo que o cara do "SHAZAM!" é um dos poucos (e o único que eu conheço) herois mágicos a ter um vilão científico (a saber, o careca e baixinho cientista maluco Dr. Silvana). A origem do heroi era super onírica, um garotinho que apesar dos problemas (bem GRANDES) da sua vida continua tendo o coração puro para ser digno do poder da canastra de deuses simbolizada pelo anagrama "SHAZAM!". Agora, Billy Batson é um órfão revoltado com o mundo, ciente de que "pessoas boas não existem" (de maneira bem similar ao menino citado pela Astreya... Lá no post que citei no começo disso tudo). E pasme, nem mesmo o antagonista ficou de fora. Agora, Si(l)vana, ao descobrir o túmulo do poder dO Mago, sofre um acidente em sua órbita ocular que lhe permite detectar magia visualmente. Pois é, o "algo mais" do nosso amado "queijo vermelho" foi retirado. Agora seu doutor também pode, mesmo que de longe, usar magia.

"ARRRRRRGH!!! O QUE ESTÃO FAZENDO COMIGO?!!!"
Em suma, o N52 tem todo o direito e máxima liberdade em criar coisas novas. Em tentar adaptar os herois clássicos de toda essa mitologia ao público que aprendeu a cultuar ídolos babacas e sacanas. Mas só não entendo a terrível necessidade de chutar com tanta força os bagos daqueles que aprenderam a cultuar os herois tal qual eram antes.

2 comentários :

  1. Fico honrada de poder ter inspirado um texto tão bom, nobre Hayashi. Muito mesmo. Aquele post rendeu discussões interessantes e fiquei feliz por tê-lo publicado.

    Realmente, a imagem do "herói" está mudando. Eu, particularmente, estranho um pouco isso... acho bacana que haja variedade de personagens e personalidades, até porque as pessoas são diferente, não? Mas é o que você disse, será que há necessidade de renegar tudo aquilo que foi cultuado como heroico até agora? Estamos ficando tão cínicos a ponto de não acreditar mais naqueles "valores" mais basais, um deles a própria bondade? Fiquei assustada quando vi uma criança de 11-12 anos com um discurso tão pessimista. Isso realmente me fez pensar em como estamos enxergando as histórias hoje em dia e a vida como um todo, de certa forma...

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    1. Valeu, Astreya. Inspirado nessas novas tendências, talvez eu mesmo também vá mudar algumas coisas no CTL, colocando a Samara como uma heroína mas despudorada e babaca...

      ...

      Não, não vou não. Mas acho que valeu o susto. XD

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