18 de julho de 2011

Terá Westeros Matado as Terras Longínquas?


Finalmente férias!

Este é meu primeiro do que creio ser vários posts que devem estar chegando neste período de merecido descanso para todos nós, meros mortais. E como meu primeiro assunto, vamos falar de RPG (para variar), L5R (para variar) e algo que estava meio sumido destas paragens há algum tempo: a trivial e lúdica série de "Contos das Terras Longínquas". E o que pode ser sua derradeira caminhada rumo à guilhotina dos (meus vários) projetos inacabados.

Para saber mais a respeito, é só clicar para "Ler e Comentar".


Podem me chamar de relapso e desatualizado, mas apesar do grande estardalhaço que os livros/RPG/seriado/vídeos/card game/sites/lancheiras/etc. em torno da franquia "A Song of Fire and Ice" tem feito mundo a fora, mas só fiquei a conhecendo intimamente este fim de semana (o que diga-se de passagem, foi tempo suficiente para devorar toda a primeira temporada da série por um DVD que me foi dado por um professor). Li pouca coisa do livro (romance) propriamente dito, e os dois livros básicos do RPG ainda me aguardam. Seria esforço desnecessário da minha parte tecer elogios à série. Realmente George Martin merece o título de Tolkien contemporâneo, na minha opinião, juntando a grandeza narrativa e criativa do pai da Terra Média com o carisma textual de Cromwell, sem, no entanto, nos regalar com as nojeiras de fezes, sangue e tripas voando por aí. Sim, Martin tem disso, só faz com que outras coisas sejam o foco das histórias. E não o trio "fezes, sangue e tripas".

Como qualquer coisa desta grandeza, muitos interesses dos mais diversos ramos direcionaram seus olhares para a mina de ouro de Martin. Entre os discípulos de Gygax, a avidez era evidente. Tínhamos um cenário medieval, com vários elementos comuns do gênero: cavaleiros, realeza, conflitos, bravura e honra. Os acréscimos de jogos de interesse, intriga política, trairagens rolando soltas e a "surpresa" (que para mim estava cantada desde o 1º episódio) na última cena da primeira temporada, não chegam a ser exatamente uma novidade, mas pelo menos é algo que não víamos há algum tempo neste gênero. Com o tempo, logo sugestões de semelhanças (e até mesmo plágio) surgiram aos montes. Só para dar um exemplo:

Seria Westeros uma cópia de fantasia medieval de Rokugan?

Pode parecer absurdo de início, mas realmente os dois cenários possuem grandes semelhanças: A Night's Watch, por exemplo, vigia e protege o resto do "mundo" dos monstros da fronteira ao norte dos Reinos. Algo haver com o Clã Caranguejo? E os Lannister com suas politicagens e intriga? Pareceriam tanto assim com Garça+Escorpião? Cavalos por cavalos, por que não comparar os Dothraki com os Unicórnios logo de uma vez?

...

Bom, claro que qualquer um pode achar o que quiser, mas, à medida que as duas coisas se parecem bastante, também há diferenças gritantes entre ambos:

Realmente, Caranguejo e Night's Watch protegem seus respectivos mundos. Mas de formas e em contextos diferentes. A Night's Watch é praticamente formada pelo que "resta" dos exércitos dos reinos. Na Muralha Kaiu, está a nata dos guerreiros do Caranguejo. Os ataques na Muralha Kaiu também são muito mais frenéticos e freqüentes que os da Muralha de Westeros. A Muralha Kaiu existe há pouco mais de mil anos, a do norte de Winterfell, há 8.000, e nesse tempo, apenas a rokugani foi furada, pelo menos umas duas vezes na sua história. Ah sim. Entre outras diferenças, o Caranguejo fica no sul, a Nigth's Watch no norte. Também não faço idéia do porquê a Night Watch tem a genial idéia de entrar na neve milenar vestindo preto. Assim eles ficam mais fáceis de serem vistos pelos Outros e morrem mais fácil.

Os Lannister me parecem realmente serem uma mistura dos Clãs Garça (pomposos, lindos, sofisticados e frescos) com a ardilosidade e maquinação política do Escorpião. Coloque esses indivíduos perto do trono e você tem... Um cenário que ficaria muito melhor sem eles. Sério mesmo, os Lannister são a única casa pra qual não encontro razão NENHUMA de existência no cenário além de ser o povo em que todo mundo adoraria dar uma surra. Em Rokugan, o Escorpião cumpre mais ou menos este papel. Mas sinto uma necessidade muito maior dele em Rokugan, do que os Lannister em Westeros.

Outra diferença fundamental: O Clã Unicórnio é considerado pelos demais clãs como estrangeiro, bárbaro, selvagem e brutal. Os Dothraki SÃO isso tudo.

Tá, mas o que essa comparação toda tem haver com as Terras Longínquas? Minha preocupação é apenas uma: Comparações. Fundamentalmente, o cenário continua sendo uma fantasia ocidental medieval, mas com muita coisa irremediavelmente inspirada em L5R. Não conhecia nada da Canção de Fogo e Gelo de Martin, mas hoje, olhando pra estrutura geral do cenário (norte protegido contra invasões demoníacas, nobreza aventureira no centro, etc.), creio que seja bem fácil pra qualquer um me acusar de copiar Martin muito mal e porcamente. Assim, para evitar que um projeto com 99% de chance de dar errado realmente se torne mais um elefante branco que escrevo, acho melhor abandonar a idéia. Charchadrax e seus irmãos voltam ao freezer (ao passo que em Westeros, "o inverno está sempre chegando") até segunda ordem.

Sim, há muita coisa diferente entre ambas, mas se o povo já achou GoT muito parecido com L5R, que dirão da semelhante entre CTL e GoT!

2 comentários :

  1. Só não confunda as coisas: L5R é mais novo que os livros do George R.R. Martin. Se alguém copiou (e sim, copiou MUITO) foram os caras do L5R.

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  2. Ahn... Negativo. O card de L5R existe desde 1995. Game of Thrones, o romance, só foi lançado em 6 de Agosto de 1996.

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