Saudações habituais, blogueiros!
Tenho achado ultimamente que o blog tem ficado meio parado. Basicamente, porque realmente não tenho tido muitas ideias para posts, e toda discussão que eu gostaria de fazer de fato já foi feita por aqui, com muito ou pouco sucesso. Ainda assim, hoje, gostaria de mostrar e de ter opiniões a respeito de um projeto que talvez eu desenvolva em toda a plenitude a que ele pode crescer.
Já havia falado mais ou menos o que "Anauê!" visa ser, mas agora acho que me convém explicar em termos mais completos.
Já vimos aqui no blog (traduzidos, inclusive) dois panteões de Scion contidos em suplementos específicos. Tanto Burocracia Celestial quanto Tuatha de Dánnan são livros até bem pequenos. E Anauê de maneira alguma visa ser maior. Basicamente, ele visa tratar de um mini-cenário (que seria parte da América Latina, principalmente Brasil, Argentina, Chile e Paraguai), que pode ser usado como adicional para aquilo que já vimos em Scion. Além disso, aquilo que já vimos nesses dois suplementos: Um panteão novo. Dessa vez, os astros são os Nhanderú, os Deuses tupi-guarani.
Conforme já falei, há dificuldades enormes no caminho desse projeto. Primeiramente, o desânimo que Scion aborda em grande parte dos jogadores brasileiros. Espero que isso possa ser revertido pelo interesse de vermos nossa cultura nativa figurada num RPG tão legal quanto Scion de fato é. Em segundo lugar, temos as dificuldades de pesquisa. Sim, até há bastante coisa disponível net a fora. Grande parte desse material, porém, é material repetido. Mas ainda assim, o que temos são versões por fato discordantes, que apresentam Deuses diferentes e com tons imensamente variados. Para piorar, também não há uma "cultura brasileira" impregnada nos contos tupis e guaranis. O que de maneira alguma é culpa de nossos curumins. O que acontece é que eles não se preocupavam com divisas territoriais que viriam a ser criadas a vários séculos depois da criação desses mitos e dessas culturas, por povos estranhos que tinham resolvido barbarizar o lado deles depois que atravessaram um oceano.
Fato, ainda faltam muitas coisas. Confesso que já pensei em três deuses que certamente figurarão no elenco (Tupã, Jaci e Anhangá). Muitos outros ainda estou indeciso (como Kerana, Guaraci e Acuandubá). Também preciso parar para ver como eles vão ficar mecanicamente, escrever suas informações... Aquelas coisas. Ilustrações seriam muito bem-vindas, mas já estou vendo aqui a possibilidade de arranjar ilustradores para isso. Principalmente porque estou estancando várias ideias legais para o símbolo do panteão, e até agora, nada em papel. O mesmo ocorre com um conto de abertura. Mas isso está preso ainda pela pirâmide de produção. Primeiramente, preciso de um panteão já construído e firme. Depois, criar Heréus NPCs. Feito isso, aí sim eu me preocupo com o conto de abertura. Claro, se por algum acaso alguma epifania santa me ocorrer, isso tudo muda.
Tá, e o que temos até agora sobre esses Deuses indígenas? Confesso que não pensei em muita coisa que diga respeito a uma estrutura mais geral, mas basicamente, eles são Deuses extremamente amorosos por toda a humanidade. Segundo o mito guarani, toda a humanidade nasceu do primeiro casal primordialmente criado por Tupã/Nhanderú etê. Eles combatem, além dos Titãs habituais que vira e mexe são enfrentados por outros panteões e seus Heréus, as forças de Pamba'e, o Titã da Ambição. Isso porque o grande objetivo dos Nhanderú seria devolver a humanidade ao seu estado original de "Única Tribo", e a ambição pessoal (o que acabaria gerando nossa tão conhecida e odiosa em território nacional: a corrupção) é um dos grandes oponentes a esse objetivo. Também sou um dos grandes críticos desta "xenofilia" que o povo brasileiro sofre. Gostamos de qualquer coisa, contanto que ela venha de fora. Fato, fruto de várias gerações que consideravam qualquer coisa importada como melhores que as nacionais. Também, fruto de toda essa "mania de receber bem o próximo", difundida pelos próprios Nhanderú.
Ah, sim. Esperem para ver vários espíritos da mata também repaginados à vestimenta moderna, que tanto vimos em Scion. E nisso, tenho uma imensa sorte por estar em Minas Gerais, justamente num lugar onde todo esse aspecto é quase palpável na sabedoria dos antigos por aqui.
De qualquer forma, deixo-vos uma amostra do que temos até agora. Espero que gostem desse pequeno início, que ainda está bem menos colorido do que suas fontes de inspiração. O que ainda deve mudar... Ou não. Por hoje, é só.
Download do Preview 1 de Anauê (Introdução e História dos Nhanderú)
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