9 de fevereiro de 2012

RPG: De Volta ao 2D?

Bons dias, bravos visitantes!

Hoje, a quem interessar possa, batemos um marco que talvez possa a vir a ser importante aqui no blog. Este é meu primeiro post demitido da empresa em que trabalhava, o que me põe em busca de novas desventuras e de volta ao impiedoso mercado de trabalho brasileiro. Mas vamos lá. Armado com coragem e audácia, lá vou eu enfiar minha cara a tapa de novo.

Entre outros avisos gerais, também relevo que as traduções de Scion continuam. Tive que dar uma parada por motivos de força maior, mas em breve elas retornam com força total. Creio que até o final deste mês, a segunda parte do livro básico já devem estar terminadas. O que, aviso previamente, também deve marcar um longo período sem material de Scion feito por mim.



Mas vamos falar sobre o real assunto do post. Bom, para começar, acho que me cabe falar que na verdade, grande parte do meu primeiro (e único) salário que recebi na empresa me rendeu apenas para comprar o jogo de tabuleiro de Game of Thrones. Confesso que li muito pouco a respeito na net, mas gostei pra caramba de como a caixa ficou na estante da Taberna Conclave (loja de RPG, quadrinhos e nerdices em geral de Juiz de Fora). O material em si faz jus à qualidade lendária e épica da Fantasy Flight Games. As peças e o mapa são muito bonitos (as peças não são mais recortes de compensado safado como na 1ª edição do jogo); as regras são táticas e divertidas, super evocativas ao clima de Westeros; enfim. Todo o conjunto realmente vale o que pode parecer o abusivo dispêndio de R$ 250. Gostaria de aproveitar a oportunidade para agradecer ao Guilherme, que na falta de disposição minha para ler o manual do jogo, se dispôs a explicar mais ou menos as regras para mim e outro amigo nosso, e até mesmo jogar conosco ali.

Bom, tudo muito divertido, tudo muito legal. Mas ao longo de dois jogos extremamente viciantes na parada, meu próprio grande amigo Wendell, mesmo não sendo dos mais assíduos sobre os lançamentos RPGísticos América a fora, chegou a uma conclusão que eu mesmo assustei: "O RPG está voltando às suas origens. Agora o negócio são jogos de tabuleiro". Realmente ele tem grande razão. Já perdi a conta de quantos jogos de tabuleiro diferentes existem apenas na linha D&D. A AEG parece ter feito o milagre da multiplicação neste lado da franquia também, enquanto dezenas de outras empresas possuem talvez centenas de títulos em contínuo crescimento, desenvolvimento e lançamento. Os temas são tão variados quanto os próprios RPGs, indo desde a exploração do ouro americano, aos terrores lovecraftianos e até mesmo "D&D + futebol americano" (sério, esta é a temática do Blood Bowl: Team Manager, que eu só conheci pelo panfleto que veio na caixa do Game of Thrones).

O tabuleiro de Game of Thrones. Onde vemos Lannister e Baratheon
levando uma surra.
As vantagens sobre o RPG também são bem naturais. A diversão é mais direta. Todos podem aprender as regras em alguma fração de hora, todo o material necessário já vem na caixa (tá. Alguns jogos vivem sendo expandidos. Eu também não duvido que de repente o GoT ganhe uma expansão pra falar do outro lado do mar, mas até agora, ele está bem completo), e não precisamos perder tempo com fichas de personagem. A diversão é rápida, instantânea, e, no caso de GoT, narrativa também. Fato, sai o lado cooperativo, entra o "cada um por si e dados contra todos", mas isso também pode ser divertido. Esse imediatismo também tem seu sucesso derivado de uma questão prática. Não dispomos mais de tanto tempo assim. Bem como creio que a inspiração para "plots geniais da semana" esteja escassa não só para mim. Assim, é bem natural ver wargames crescendo, e RPGs, pelo menos tal qual o conhecíamos há uns dez anos, diminuindo. Isso é ruim? Eu não acho.

Comentários a respeito da 4ª edição de D&D me parecem desnecessários. Mapinhas e miniaturas voltaram para desgosto de muitos. Embora a própria Wizards tenha sabe Deus porque extinto as próprias miniaturas.

Algo que PROVAVELMENTE nenhum de nós é louco de fazer
num RPG
Mas porque não vejo esta ascensão de um concorrente como algo ruim? Resumidamente, porque acho que o RPG tem muito o que (re)aprender com esta nova/antiga linguagem. Acima de tudo, simplicidade. Neste caso, uma faca de dois gumes. As regras devem ser simples o suficiente para que possam ser aprendidas facilmente, mas também devem conseguir abarcar pelo menos grande parte do feeling pretendido. Outro detalhe, é que em tempos em que o RPG parece soar complicado demais para uma ou outra pessoa aderir ao vício hobby, os boardgames me soam como uma excelente alternativa! Quem sabe pode ser por aí que consigamos "digivolver" os boargamers para RPGistas?

Sim, me empolguei bastante com a ideia de usar GoT:BG para criar algo no mesmo estilo, só que para Rokugan. Fato, muita adaptação ainda deverá ser feita, sem contar a parte material propriamente dita. Ideias surgem aos montes, mas ainda me falta tempo e disposição para testá-las e elevá-las a um nível superior de esmero.

Enquanto isso, encerro o post por aqui pela avançada hora e esperando opiniões a respeito.

6 comentários :

  1. Eu tenho muito interesse nesse tipo de jogo, mas não tenho culhões o suficiente pra gastar R$250 em algo assim...

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    1. Eu tb achava isso. Mas se pararmos pra pensar, o conjunto de livros básicos de D&D, com cada um a R$ 70, daria algo perto disso (210). Além do mais, como é algo para ser jogado em grupo mesmo, acho q comprar um jogo de tabuleiro "meiado" faz muito mais sentido q comprar livros de RPG dividindo o custo entre o grupo.

      Pelo menos qto a GoT, eu afirmo q vale cada centavo.

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  2. Vendo por esse lado faz sentido.
    Mas mesmo assim vou começar com algo mais humilde. Pretendo comprar o Colonizadores de Catan em breve.

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  3. Boa tarde,

    Sinceramente desejo sorte e que se recoloque o mais brevemente possível no mercado de trabalho. É frustrante não poder trabalhar e mesmo que com isso você passe a ter menos tempo, pelo menos vc está bem.

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    1. Bom, eu tb espero poder voltar assim q possível. Não estou parado, e continuo enviando currículo pra tudo qto é lado.

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    2. Sempre é complicado se recolocar no mercado. Mas é assim mesmo, quando vê. Bingo.

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