30 de dezembro de 2010

L5R - Gempukku (Parte 10): O Clã Unicórnio


Para fechar 2010, os Unicórnios chegam à seção Gempukku após uma longa espera (mas ainda assim, à frente de Mantis, Aranha e Terras Sombrias). Porém, tal fato não ofusca a brilhante vitória por mais de uma cabeça de vantagem sobre todos eles (61%).

De resto, gostaria de, em regime de antecipação, colocar algo que andei brincando no Photoshop para criar. Acho que daria para considerar mais um poster motivacional de L5R. Bom, espero que gostem:


PIRATA DO CLÃ MANTIS
"Eu voltarei em Raid Battle!"
 Acho que meu erro nele foi  fazer uma piada que requer um entendimento das regras do card game. A saber, "Raid Battles" são como batalhas comuns no card. A diferença está na vantagem do Mantis nesse tipo especial de batalha. Aliás, nem sei se essa regra ainda existe. Bom, zoações com os piratas do Mantis à parte, vamos nos ater aos Unicórnios.

Antes de iniciar este post, gostaria de esclarecer que nem de longe o Unicórnio é meu clã predileto. Assim, tentarei ao máximo conter piadinhas por demais ácidas em relação aos pocotós ao Clã.

Como é naturalmente óbvio, o Clã Unicórnio foi fundado pela Kami Shinjo, a mais veloz e aventureira de todos os irmãos e irmãs de Hantei. Embora fosse a única mulher das Crianças do Céu além de Doji, em raríssimos momentos da história Shinjo compartilha da suposta doçura, passividade e ternura feminina pela qual Doji é conhecida.

O Clã Unicórnio
Famílias: Moto, Shinjo, (O)Utaku, Ide, Iuchi

Cores: Roxo, dourado e branco

Mon do Clã Unicórnio
O Clã de Shinjo, porém, era chamado de Clã Ki-Rin no Amanhecer do Império, só muito depois adotando outro nome. Originalmente tidos como mensageiros e arautos montados de Hantei, os Ki-Rin serviam muito bem ao Trono. Porém, após a Primeira Guerra, Hantei se via amargurado e o Império sem dúvidas se tornou mais sombrio. Hantei se pôs a supor que se Fu Leng, que era seu próprio irmão quase conseguiu destruir todo o Império, então uma ameaça externa varreria Rokugan da Terra. Assim como Bayushi, Shinjo recebeu uma ordem Imperial que não podia ser negada. Shinjo reuniu seus seguidores e foram todos para as Areias Ardentes (um enorme deserto ao norte de Rokugan). Eles deveriam verificar a existência de qualquer cultura externa a Rokugan por ali, e fazer alianças ou extingui-las, se fossem amigáveis ou não.

Kami Shinjo, fundadora do (ex) Clã Ki-Rin, atual Unicórnio.
O Ki-Rin então passou 800 anos sem que se ouvisse falar deles no Império. Nesse tempo, ele foi capturado e agredido por culturas estrangeiras e pelo deserto impiedoso. Mas ele também fez alianças com alguns povos dos quais o resto de Rokugan jamais ouvira falar. Quando voltaram, o Império estava bem diferente, e não havia mais um Clã Ki-Rin. Os "bárbaros" montados em cavalos gigantescos para os padrões rokuganis se proclamaram os herdeiros e descendentes do samurais do Ki-Rin, mas agora portavam um novo nome: Unicórnio. Uma onda de desconfiança varreu o Império, mas o Imperador declarou que eles eram herdeiros do Clã Ki-Rin, tendo como base o fato deles terem apresentado um espelho que Hantei I presenteara a Shinjo. Em par com outro espelho que ficara no Império, Shinjo podia manter contato com Hantei I.

O Clã Unicórnio não faz a menor questão de esconder o fato de sua vantagem sobre os outros Clãs estar no maior advento conquistado das Areias Ardentes: os cavalos gaijin (abreviação vulgar de gaikokujin, "estrangeiro") têm quase o dobro do tamanho dos cavalos naturais do resto de Rokugan, são mais resistentes, ferozes e velozes. O Unicórnio acabou desenvolvendo um laço muito notável em todos os seus afazeres com suas montarias. O resultado foi a reputação inquestionável de melhor cavalaria do Império. Na verdade, falar do Unicórnio é falar em cavalaria. Praticamente não há um samurai deste clã que não cavalgue, ou que manifeste tamanha destreza nesta atividade como os Escorpiões em ardilosidade.

A outra reputação do clã, esta muito mais indesejável, porém, é a de bárbaros estrangeiros, que se deixaram contaminar pelas incultas influências estrangeiras e que não perdem oportunidade de contaminar a cultura rokugani. O Unicórnio se defende dizendo que suas peregrinações os forçaram a serem mais práticos e diretos em seus afazeres, portanto não são tão adeptos a floreios e adornos mais requintados (seja na batalha ou na corte) como Escorpião e Garça. Não fossem pelo auxílio de suas montarias, o clã certamente já teria sido extinto nas Areias Ardentes, daí o costume de muitos Unicórnios considerarem os animais tão dignos quanto qualquer outro ser humano. Desnecessário dizer, nem todos compartilham de opiniões consonantes no resto de Rokugan. Para o Unicórnio, tudo isso é uma lenga-lenga para esconder o fato de que são temidos pela superioridade militar que sua cavalaria carrega.

Diversos esforços foram feitos, porém, para aproximar o clã e introduzi-lo nos demais afazeres do Império. Várias comitivas da Garça estudaram os costumes do Unicórnio, e se dispuseram a auxiliar com quaisquer recursos que fossem necessários para esse estreitamento de laços com o até então estranho clã.

Dada sua natureza exploradora, os Unicórnios são viajantes naturais. Querem desbravar o desconhecido e não entendem o espírito "séssil" dos samurais dos outros Clãs. Eles gostam de aventuras, da emoção do combate e honram bastante a sinceridade e o bem comum.

O mon Shinjo, representando o
místico Ki-Rin.
Sobre suas famílias, os herdeiros naturais da liderança do Clã a princípio seriam os Shinjo. Dentro da estrutura militar do Clã, os Shinjo ocupavam a posição de batedores, exploradores e principais líderes estrategistas dentro do clã. Isso mudou, porém, quando a ressurreta Kami Shinjo descobriu que o então Campeão do Clã, Shinjo Yokatsu, estava profundamente envolvido com a conspiração Kolat, ameaçando até mesmo o próprio funcionamento do Clã. Furiosa, Shinjo exigiu que Yokatsu renunciasse do cargo, e declarou que em seu lugar, a "Família" Moto (originalmente uma facção viajante das Areias Ardentes) como novos líderes do clã. Os Shinjo hoje são uma Família quase à beira da extinção, devido ao sem número de mortes resultantes da exposição de tais laços excusos, mas tem se recuperado, sempre vigilante para não cometer os mesmos erros.

Os Shinjo integram praticamente todo exército do Unicórnio, mas se destacam no Junghar, uma unidade especialisada em operações defensivas e de alta mobilidade, além de técnicas de escaramuça e enfraquecimento do adversário. O Junghar também é responsabilizado da segurança da Muralha Khol, que vigia as fronteiras do território do Clã para os limites estrangeiros.

O mon Utaku é apenas um círculo roxo.
Em homenagem à sua fundadora, a
sempre quieta Otaku.
A Família (O)Utaku, originalmente batizada pela segunda em comando de Shinjo, Otaku, teve seu nome alterado pouco após o Segundo Dia do Trovão para Utaku, a fim de deixar para sua Segunda Trovão, Utaku Kamoko, a honra de ser a última "Otaku". Normalmente se fala da Família como "as Utaku", pelo fato dela ser mais conhecida pela unidade de amazonas conhecidas como "Damas Guerreiras Utaku" (Utaku Battle Maidens), formada, obviamente, só por mulheres. A origem desse costume se deve ao fato dos Corcéis Utaku só se ligarem misticamente às suas respectivas amazonas, e prostetariam veementemente quanto à idéia de serem montados por qualquer outro ser humano. Os Corcéis Utaku são de longe mais poderosos até mesmo que os outras raças do Unicórnio, e sua inteligência beira a de um ser humano mediano, embora, obviamente, não possa falar ou se comunicar, muitos chegam a desenvolver temperamentos e personalidade que quase beiram padrões humanos. As Utaku são guerreiras versáteis, e podem seguir tranquilamente tanto o papel de cavalaria artilheira quanto o de linha de frente. Elas são excelentes em qualquer um dos dois papéis, aliás. A unidade especial das Damas Guerreiras também pode ser chamada como Shiotome.

Os homens Utaku, porém, já que foram proibidos de montarem os cavalos da família, se esforçaram por séculos e acabaram ganhando a fama como os melhores tratadores e domadores de cavalos do Império. Os que pretendem seguir uma carreira mais guerril, porém, podem se juntar à Infantaria Utaku, especialmente designada para os que querem acompanhar suas irmãs, primas e esposas em batalha.

O mon Iuchi
Os Iuchi são os shugenjas do Clã. E como era de se esperar, são especialistas nos conhecimentos mágicos dos povos das Areias Ardentes. Pelo menos para os padrões rokuganis. Eles também não negam a afeição do seu clã para a cavalaria, e também usam seus poderosos feitiços do elemento Água para conferir força, mobilidade e cura para os soldados do Unicórnio. Um dos Exércitos principal dos Iuchi, inclusive, é o Baraunghar, especializado em ataques velozes e furtivos, capazes de atacar um território e avançar antes mesmo do defensor sequer perceber o que está havendo. Graças à magia Iuchi, o Baraunghar pode facilmente se esconder em névoa, ou acelerar seus cavalos a ponto de serem quase imperceptíveis.

O mon Moto
Os Moto são a mais recente adição às fileiras do clã, se ignorarmos a curta (e inútil) adição dos Horiuchi. De todas as Famílias do Unicórnio, os Moto são os únicos que podem se dizer totais herdeiros das Areias Ardentes, que chegaram ao Império junto com a Kami Shinjo, que havia sido preservada num artefato mágico. Nas Areias Ardentes, o nome Moto era temido em qualquer lugar civilizado. Lendas sobre assaltos brutais, ataques mortíferos e força incomum de seus cavaleiros eram conhecidos em qualquer cultura. Porém, Kami Shinjo os conseguiu como aliados. Assim que chegaram ao Império, porém, a bravura dos Moto cruzou a tênue barreira da estupidez e eles se puseram a medir forças com as Terras Sombrias, a fim de serem reconhecidos como guerreiros dignos pelo Império. O resultado foi uma perda de cerca de 80% dos soldados enviados para além da Muralha, e a corrupção destes no que ficou conhecido como os Moto Negros, liderados pelo ex-líder prepotente, Moto Tsume. Tsume hoje é o "Aku-tenshi" de Daigotsu, um corpo totalmente desprovido de alma.

Em resposta, alguns Moto se dedicaram incansavelmente ao combate da Mácula ao lado do Caranguejo, e num sinal de total oposição ao legado negro de Tsume, eles formaram a Guarda Branca. A cor branca em Rokugan é associada à morte e ao luto, pois é a cor dos ossos, e da tranqüilidade eterna. Para o Unicórnio, é uma forma de instilar o medo, e de lembrarem a todos (e a eles próprios) que estão contra as Terras Sombrias.

O estilo de combate Moto não raramente faz uso de armas estranhas a Rokugan, como cimitarras e lanças mais bizarras. Um traço comum, porém, é o ataque poderoso, originado de força física descomunal e posição superior sobre a montaria, além de uma recorrente "falta de bom senso" no que diz respeito ao seu próprio bem-estar. O método Moto de combate se dedica ao ataque com força máxima, custando inclusive qualquer intenção de defesa. Matar primeiro e sobreviver depois parece o lema que os orienta em combate.

A Guarda Branca, trazida a vocês com a habitual
(ausência de) qualidade da L5Rwikia!
Além da Guarda Branca (ou Guarda dos Ossos), os Moto lideram principalmente o Exército Khol, especializado em ataques pesados e uso conjunto de cavalaria com infantaria artilheira e de combate corporal. O Khol é formado pelos melhores soldados do Unicórnio, e que tenham feitos notavelmente dignos comprovados em combate.

Os Ide, porém, atuam como cortesãos dos clãs nas cortes. A Família é célebre pelo feito incomparável de se acostumar às mais diversas culturas alienígenas com que teve contato, assimilando facilmente seus costumes e se tornando verdadeiros camaleões sociais. Segundo os princípios morais, porém, os Ide prezam e valorizam bastante a honestidade e sinceridade. O que não raras vezes é um problema numa sociedade onde ninguém parece dizer o que realmente quer dizer. Os Ide são tidos como ingênuos e inexperientes na corte, embora um ou outro indivíduo da Família se destaque exponencialmente como cortesão exemplar, mesmo para os padrões mais exigentes da Garça, por exemplo, como Ide Tadaji (sensei do ex-Imperador Toturi/Hantei Naseru, o Toturi III, o Justo).

Em suma, o Unicórnio também costuma mesclar bastante suas unidades, fornecendo uma defesa sólida ao móvel Baraunghar, poder de ataque Moto ao Junghar e assim por diante. Isso, combinado a táticas com as quais general alguma de Rokugan teve contato antes, além de sua inseparável cavalaria incomparável, os tornam inimigos extremamente temíveis no campo de batalha.

Moto Chagatai, à frente de seu exército.
Recentemente, o maior destaque de importância histórica do Unicórnio foi sem dúvida o Golpe do Khan à capital Imperial. Na verdade, uma tentativa de golpe, mas a história se inicia bem antes do fatídico episódio. Desde que chegaram a Rokugan, os Moto sempre quiseram se mostrar como guerreiros tão dignos ou até mesmo mais que o fajuto Clã Leão. A oportunidade de medirCem forças surgiu primeiramente quando um cortesão "do Unicórnio" (na verdade, um agente Escorpião disfarçado), Ide Tang, descobriu uma brecha nas leis Imperiais que permitiria o ataque do Unicórnio às terras do Leão, no caso, a cidade de Kaeru Toshi, anteriormente território Unicórnio. As batalhas entre as forças do falso Matsu Nimuro e Moto Chagatai, o Khan do Unicórnio, terminaram com a retirada das forças do Unicórnio da cidade. Porém, não demorou muito para que a chama da ambição e vingança de Chagatai se reacendesse.

Quando o trono Imperial foi deixado vago, Chagatai percebeu que ele assim continuaria até que alguém fosse forte e audacioso o suficiente para tomá-lo. E quem mais poderia fazê-lo que não ele? Então o Khan concebeu um plano ousado. Ele esperou até o inverno, quando as forças de todos os clãs estariam mais fracas, pois ninguém luta no inverno. Assim, ele ordenou um ataque de proporções épicas à capital, Ryoko Owari, contando com a magia Iuchi para acelerar suas tropas e evitar o desgaste da viagem. As forças do Leão se viram atacadas em sua capital territorial, Kyuden Ikoma, e pouco puderam fazer para impedir o assalto do castelo. Uma mobilização de forças emergenciais foi feita na esperança de conter a entrada do Khan na capital. Ao ficar sabendo das intenções de Chagatai, o então Defensor da Cidade Imperial designou então as forças do Clã Mantis como apoio ao Leão, pois era por coincidência o único clã com forças mensuráveis por ali.

Só depois o Mantis se revela favorável ao ataque de Chagatai, e apoia seu ataque, colocando o Leão para lutar em dois frontes. O confronto resultante (acrescido ainda da aparição do enlouquecido Isawa Sezaru, o Lobo, irmão de Naseru) certamente destruiria a capital, não fosse pela pontual intervenção dos Mestres e da Guarda Elemental da Fênix, separando o conflito. Para garantir que ninguém atacasse a capital, a Fênix usou o Ovo do Vácuo, recuperado da Tumba de Shinsei para trazer um Dragão de Fogo e fazê-lo guardar a capital. Os exércitos de todos os clãs envolvidos não estavam em condição de revidar, e a paz foi mantida.

Porém, o então jovem Campeão do Leão Matsu Yoshino fez a audaciosa promessa de conquistar Shiro Moto em retribuição à ofensa do Unicórnio. A investida sobre território do Unicórnio foi combatida exaustivamente pelo comandante do Junghar e daimyo da Família Shinjo, Shinjo Shono, à custa de sua vida. Em frente a Shiro Moto, Chagatai acabou por matar Yoshino, que como último comando devolveu o posto de liderança do Clã Leão aos Akodo, indicando Akodo Shigetoshi ao cargo. Para evitar mais derramamento de sangue, Chagatai tira sua própria vida, para que nenhum Leão tente tirá-la novamente, trazendo ainda mais conflito entre os dois clãs.

Em suma, o Unicórnio é formado acima de tudo por almas bravas e puras. Que não se intimidam ou recuam diante dos maiores medos e provações e que avançam sempre rumo ao horizonte desconhecido. São estranhos em sua terra natal, e sempre estão inclinados a fazerem as coisas à sua maneira. Que de certa forma também é a maneira de Rokugan.

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