Em suma, acabo de passar por um chato exercício de Excel para calcular a razão de traduções de sistemas por downloads na minha conta do 4Shared, só na curiosidade de ver mais ou menos como anda a popularidade dos sistemas no meu nano-cosmo. Basicamente, dividi tudo lá entre coisas de D&D, L5R e de outros sistemas (Scion, M&M, 7th Sea, Qin, etc.). Eu pelo menos considerei o resultado bem alarmante.
E se as estimativas do IBGE têm margem de erro de 2% para mais ou para menos, nessa tabela eu só tive a arredondar dízimas lá pela segunda casa depois da vírgula. Ou seja, não interessa muito. E até porque, isso é um blog de RPG, não uma filial da NASA. Enfim...
A saber, ficamos assim:
Na presente data de 12/02/11, aproximadamente às 0:00h, tínhamos:
Itens | Download | Razão Downlad/Item | |
D&D | 23 | 2505 | 108,91 |
L5R | 14 | 565 | 40,35 |
Outros RPGs | 8 | 359 | 44,87 |
Bom, ter D&D 4th numa liderança escandalosa nem chega a ser tão novidade assim, mas destaco o fato dos outros RPGs (que mesmo sendo uma penca de coisa combinada) conseguirem bater mais downloads/item do que os de L5R. Isso seria um indício da falta de popularidade do RPG da AEG? A margem nem é tão grande, mas acho que isso revela uma falta de interesse (ou uma preguiça coletiva crônica) no povo de L5R.
Não é de hoje que aponto um marasmo e indisposição dos ditos fãs de Rokugan em realmente sacudirem a situação em favor de seu RPG predileto. Ser fã de L5R parece mais pertencer a uma seita do que gostar de um RPG propriamente. Isso quando o povo não fala de Rokugan com aquele ar de status intelectóide que só de pensar já dói.
Por outro lado, ficaria muito feliz se ao invés de baixarem produtos de L5R nos 4Shareds da vida, o povo brasileiro começasse realmente a comprar as coisas de fora, legalmente, e apoiando de verdade a editora e o RPG. Repito, se você for daqueles que se for comprar o livro vai passar fome por uma semana de muito jejum e oração, então não compre, oras! O fato de estar na net não o obriga a fazê-lo, e muito ajuda o mercado nacional aquele que não atrapalha. Por coincidência, reli hoje um tópico da RPG Brasil (comunidade do orkut. Estou com preguiça de deslogar aqui, logar o orkut só pra pegar esse link. Então cace você mesmo) perguntando o quanto os jogadores de RPG gastam... Em RPG. Concluo que por aqui no Brasil, mesmo com a Devir sentando a faca nos jogadores, com mercado escasso e todos esses problemas, o RPG continua relativamente barato. Fato é, como alguém já disse em idos tempos da RedeRPG, a trilogia de D&D e mais três conjuntos de dados (lembrando que só se precisa de um), mais dinheiro de xerox e comida ainda sai BEM mais barato que um Playstation 2, manetes e jogos (mesmo considerando piratas).
Ou seja, brasileiro gosta de gastar naquilo que é caro. É super legal você mostrar aquele seu PC turbinado, cheio das luzes de discotecas que quando liga só falta passar o desfile do Cirque du Soléil, com uma placa 3d capaz de fazer inveja a Rafael Sanzio (pensando bem, isso nem é difícil pra uma placa aceleradora 3d). Agora, o mesmo não costuma acontecer com livros de RPG: "Olha! Gastei uma grana federal, ferrei com a balança comercial brasileira, mas comprei um exemplar de Dresden Files! Eleito por muitos o melhor RPG de 2010!... Mas... ... E daí, né?".
Não que tenha muita coisa haver com o propósito original do post, mas taí meu manifesto. RPGista brasileiro precisa perder essa mania de querer posar de "boina vermelha" (termo cunhado pelo povo da Comunicação Social da UFJF. Segundo eles, são os caras que posam nos "cafés" da cidade, reclinados na cadeira, de pernas cruzadas, fumando casualmente um cigarro enquanto arrotam as mais inúteis filosofias sobre intelectuais como Almodóvar, Duchamp, e, claro, Marx. O nome "boina vermelha" vem do inseparável acessório remetente ao ídolo-pop-ex-guerrilheiro Che Guevara). Continuar posando de RPGista chique, assim como os espertos que baixam tudo que vêem de graça na net é tudo que precisamos pra bomba explodir de vez.
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